Cotação do dólar e sessão da Bolsa hoje (18); acompanhe – 18/03/2025 – Mercado


O dólar operava em alta frente ao real nas primeiras negociações desta terça-feira (18), recuperando parte das perdas registradas na sessão anterior. O movimento ocorre em meio ao posicionamento de investidores para uma semana marcada por reuniões de bancos centrais, além de incertezas no cenário geopolítico e comercial.

Às 9h03, a moeda norte-americana avançava 0,34%, sendo negociada a R$ 5,7052 na venda.

Na segunda-feira (17), o dólar fechou em queda e a Bolsa subiu, após a divulgação de dados fortes sobre a economia da China e em dia de alta do petróleo, que beneficiaram mercados emergentes. Indicadores sobre a economia brasileira e as expectativas sobre decisões de juros também estiveram no radar de investidores.

A moeda americana abriu a sessão rondando a estabilidade, mas despencou e chegou a R$ 5,665 na mínima do dia. Encerrou o pregão em baixa de 1,01%, cotada a R$ 5,685, renovando seu menor valor desde 7 de novembro, quando fechou a R$ 5,675. No ano, o dólar acumula queda de 7,98%.

A performance do real acompanhou um movimento global de valorização de divisas emergentes, com moedas como rublo russo, peso chileno e peso colombiano registrando fortes altas ante o dólar.

Já a Bolsa disparou 1,45%, aos 130.833 pontos, tendo alcançado 131.313 pontos na máxima do dia. Foi o quarto pregão seguido de alta do Ibovespa. As ações da Petrobras (1,85%), Vale (1,43%), Embraer (3,37%) e Itaú (3,00%) foram as maiores contribuições positivas.

Uma série de notícias favoráveis sobre a economia chinesa foi o principal motivo de otimismo com os emergentes nesta segunda.

No domingo (16), o governo chinês anunciou um “plano de ação especial” para impulsionar o consumo interno do país.

Entre as medidas, o BC chinês prevê cortar taxas de juros e o índice de reservas obrigatórias dos bancos para incentivar tomadas de empréstimos e usos de cartões de crédito. Além disso, o pacote inclui o aumento da renda das famílias e o estabelecimento de um subsídio para cuidados infantis.

“Medidas que visam estimular o consumo das famílias chinesas tendem a impulsionar a demanda por bens e produtos globais, beneficiando especialmente as economias com fortes laços comerciais com o país asiático”, disse Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.

“O Brasil, como um dos principais parceiros comerciais da China, está bem posicionado para se beneficiar desse movimento, o que ajuda a explicar a valorização do real na sessão de hoje”, acrescentou Shahini.

Além disso, dados divulgados pelo Escritório Nacional de Estatísticas do país nesta segunda-feira mostraram que as vendas no varejo chinês aumentaram 4,0% no período de janeiro a fevereiro, contra alta de 3,7% em dezembro.

“Entre todas as notícias, a da China é a mais relevante e tem sido o principal motor do mercado hoje, pois o peso das commodities na nossa Bolsa é significativo”, diz Rodrigo Marcatti economista e CEO da Veedha Investimentos.

Outro fator favorável para os ativos de risco era a indicação de que o presidente dos EUA, Donald Trump, planeja falar com o presidente russo, Vladimir Putin, na terça-feira e discutir o fim da guerra na Ucrânia, após conversas positivas entre autoridades norte-americanas e russas em Moscou.

Por outro lado, também há temores de um confronto entre os EUA e os houthis do Iêmen no Mar Vermelho após comentários do secretário de Defesa norte-americano, Pete Hegseth.

Hegseth disse no fim de semana que o país continuará atacando os houthis até que eles encerrem seus ataques contra embarcações, gerando preocupação de distúrbios no transporte de petróleo no Oriente Médio.

Tanto uma guerra comercial promovida por Trump quanto um confronto armado inspiram cautela nos mercados globais uma vez que geram instabilidade e distorcem cadeias de suprimentos globais, o que pode encarecer diversas categorias de produtos. No caso específico dos Estados Unidos há temores de que o tarifaço provoque uma recessão.

A perspectiva positiva em relação à economia chinesa, somada aos receios em torno das ações dos EUA contra os houthis, importante rota comercial marítima, dava força ao petróleo nos mercados internacionais, favorecendo moedas de países exportadores, como o Brasil.

No cenário doméstico, os dados econômicos ajudaram na valorização da moeda brasileira.

O Banco Central divulgou nesta segunda que seu IBC-Br (Índice de Atividade Econômica), considerado um sinalizador do PIB (Produto Interno Bruto), teve alta de 0,9% em janeiro sobre o mês anterior —quando registrou 0,6%—, em dado dessazonalizado. O resultado ficou bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,22%.

Na comparação com janeiro de 2024, o IBC-Br teve alta de 3,6%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 3,8%.

Os investidores também seguiram de olho na “superquarta”, dia em que o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central do Brasil e o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) anunciarão suas novas diretrizes sobre juros.

Os analistas ouvidos pelo BC mantiveram a expectativa de alta de um ponto percentual na Selic (taxa básica de juros) nesta semana, para 14,25% ao ano. Os diretores do Copom se reúnem a partir desta terça-feira e o anúncio da nova taxa será feito no dia seguinte, quando também será divulgada a decisão sobre a política de juros dos EUA pelo Fed.

“A decisão de alta da Selic em um ponto é amplamente esperada e deve causar zero surpresa. Os investidores estarão atentos ao comunicado que será divulgado na sequência para se entender melhor os possíveis passos da política monetária nos próximos meses”, afirma Fabio Louzada, economista, planejador financeiro e fundador da Eu me banco.

“A gente tem decisões muito relevantes nessa semana com principais bancos centrais anunciando decisões sobre taxas de juros. Na verdade, não é esperado que tenha alteração em nenhum banco central no mundo, a não ser no Brasil, onde não haverá uma alteração pequena”, afirma Alison Correia, analista de investimentos e sócio-fundador da Dom Investimentos.

Na avaliação de Tiago Feitosa, fundador da T2 Educação, a elevação da taxa de juros é um fator contracionista para a economia doméstica, mas pode trazer vantagens para os investimentos no país.

“Em se confirmando esse movimento [de alta da Selic], podemos ter um fator positivo para a continuidade da valorização do real frente ao dólar, visto que o diferencial de taxa de juros entre Brasil e EUA aumenta”, diz.

Com Reuters



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