Advogado rebate Derrite após críticas a Lewandowski – 21/03/2025 – Mônica Bergamo


O coordenador do grupo de advogados Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho, chamou de “ousada” e “leviana” a reação do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, à recente fala do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, de que a polícia “prende mal” no país, e por isso a Justiça tem que soltar os detentos.

Derrite classificou a declaração de Lewandowski como “absurda” e “desastrosa” em discurso na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) na manhã desta sexta (21).

Durante homenagem às forças de segurança pública na Alesp promovido pelo deputado Danilo Balas (PL), Derrite afirmou que não poderia deixar de mencionar a fala, “para ser muito educado, absurda, do ministro da Justiça”.

“Nós é que estamos errados, será que é isso? A gente sabe que não é”, disse. “Até porque o ministro é um senhor de idade e eu tenho muito respeito por ele, apesar das besteiras que ele fala. A culpa não é dele, é de quem o escolheu para essa função, porque não tem a mínima noção do que deve ser feito, da onde ele está e o que tem que ser feito para combater o crime, principalmente o crime organizado no Brasil.”

Para o coordenador do Prerrogativas, foi “desleal e injusta a crítica do secretário, que tem uma gestão marcada pelo aumento da violência, da criminalidade e de mortes”.

“Ele descontextualizou a fala do ministro Lewandowski, que apenas revelou uma verdade incômoda”, prossegue, classificando Derrite como “desumano, violento e incompetente”.

O chefe da pasta estadual tem comandado uma gestão polêmica. Em seus dois primeiros anos à frente da Secretaria de Segurança Pública (SSP), as mortes por policiais aumentaram 98% com relação ao mesmo período na gestão anterior, segundo dados do Ministério Público.

Foram 580 mortos no acumulado de janeiro a setembro de 2024, com aumento de 55% ante o mesmo período de 2023, que teve 374 óbitos.

As ocorrências contra a mulher também voltaram a crescer no estado. São Paulo registrou em 2024 uma alta no número de crimes sexuais, com recorde de registros de estupro e de feminicídio da série histórica.

Foram 14.579 casos de estupro, ante 14.514 de 2023, até então o maior número já registrado. Em relação ao feminicídio, foram 253 vítimas —e 247 casos—, um aumento de 14% em um ano.

Para o coordenador do Prerrogativas, o chefe da pasta estadual deveria “pedir desculpas” à população pelo aumento nos números.

Lewandowski, afirmou na quarta (19) que “a polícia prende mal e o Judiciário é obrigado a soltar”, durante reunião do Conselho Deliberativo da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais de Brasília.

“É um jargão que foi adotado pela população, que a polícia prende e o Judiciário solta. Eu vou dizer o seguinte: a polícia prende mal e o Judiciário é obrigado a soltar”, disse o ministro na ocasião.


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