‘The Chosen’ mostra ira de Jesus na Semana Santa – 23/03/2025 – Ilustrada


A semana mais famosa da história da humanidade e, provavelmente, a mais retratada nos palcos e nas telas de todo o mundo ganhará mais uma versão com o lançamento da quinta temporada da série “The Chosen”. Batizada de “Última Ceia”, a nova fase do drama histórico chega aos cinemas do país em 10 de abril e vai mostrar o ápice da vida de Jesus Cristo com a crucificação e a ressurreição.

Ao contrário das temporadas anteriores, que mostram vários anos da caminhada de Jesus com seus discípulos, “Última Ceia” concentra todos os acontecimentos de apenas uma semana nos oito episódios. Começa com o que hoje chamamos de Domingo de Ramos e vai até o outro domingo, o da Páscoa.

Diferente das fases anteriores, nesta Jesus demonstra sentimentos até então não revelados, como a ira ao destruir o templo em Jerusalém, e o temor pelo que sabia que iria sentir com sua morte na cruz.

Aliás, é na cena da destruição do templo que o ator Jonathan Roumie interpreta um dos momentos marcantes de Jesus nesta temporada: quando ele se revela aos líderes religiosos após ser questionado sobre sua autoridade para agir como Messias.

Vale lembrar que Jesus chega a Jerusalém na época da Páscoa judaica e o templo, local sagrado, tinha se transformado em mercado da fé, com comerciantes vendendo animais para serem sacrificados em troca do perdão divino. E, claro, Jesus fica furioso.

Apesar de não revelarem valores dos investimentos na produção, é notável o crescimento da série. “Última Ceia”, por exemplo, traz novos estúdios para os aposentos de Pilatos, a casa de Caifás e o Getsêmani, o jardim onde Jesus orou ao ponto de transpirar sangue, segundo relato bíblico.

Também impressiona o número de figurantes que atuam na série, o que é notável logo nos primeiros episódios de “Última Ceia”. Somente nos primeiros 17 dias de filmagem, a produção contou com 600 figurantes por dia, vindos de todo o mundo e filmados em Goshen, no estado de Utah, nos Estados Unidos. Depois, as filmagens foram concluídas em Midlothian, no Texas.

O criador e diretor da série, Dallas Jenkins, destaca que esta é a primeira vez em “The Chosen” que Jesus aparecerá muito zangado com os líderes religiosos —por motivos óbvios— e triste com seus próprios discípulos, que têm dificuldade para compreender o que estava por vir.

“Ele [Jesus] não está aqui para lutar uma guerra. Ele está aqui para mudar os corações. E isso é algo muito único nesta temporada que às vezes não vemos quando pensamos na Semana Santa —o que está na mente e no coração de Jesus. E isso foi muito empolgante de explorar”, afirma Jenkins, que esteve em São Paulo entre neste mês para o lançamento da quinta temporada.

Segundo Jenkins, conhecer os atores facilitou o trabalho de prepará-los para interpretar fatos que se passaram há mais de 2.000 anos de modo que façam sentido hoje, até mesmo para quem já sabe o fim da história. “Mas nosso programa é sempre sobre humanidade. Então, acho que, em vez de fazer parecer uma peça bíblica formal onde tudo é uma apresentação, estamos tentando torná-lo natural e humano e lembrar que essas pessoas, mesmo que tenham vivido há 2.000 anos, são como nós”, afirma.

Ao contrário de outras produções do gênero, na criação de Jenkins, Jesus ri, dança e se diverte com seus discípulos. Mas também já chorou com a morte do amigo Lázaro e agora vai se irar e sofrer muito. E na avaliação do diretor, é justamente esse lado humano, autêntico e real de Jesus e de seus discípulos em “The Chosen” que mais têm cativado os brasileiros.

Atualmente o Brasil é o segundo país que mais acompanha a série, tanto em fãs como em número de visualizações —só perde para os Estados Unidos, onde o programa é filmado. Apenas em 2024, as redes sociais brasileiras da série cresceram 140%, alcançando 3,59 milhões de seguidores. E, nos cinemas do país, as temporadas 3 e 4 venderam mais de um milhão de ingressos.

“Acho que muitas pessoas já ouviram a mensagem de Jesus antes. Mesmo que você não acredite ou acredite. Acho que o que é único em ‘The Chosen’ é o que todos me dizem quando me encontram. Eles sempre dizem que parece autêntico, parece humano, parece real”, afirma Jenkins, ao destacar que este é justamente o segredo da série.

“Estamos mostrando a humanidade de Jesus e dos discípulos enquanto ainda honramos o divino, ainda honramos isso. Ele é Deus”, conclui.



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