SC no radar global: como a tecnologia está atraindo investimentos e expandindo fronteiras

O ecossistema de tecnologia de Santa Catarina tem mostrado ao mundo sua capacidade de inovação e crescimento. Empresas do estado atraem olhares e investimentos estrangeiros, fortalecendo suas operações e abrindo portas para novos mercados. A internacionalização, que já foi vista como um desafio distante, hoje se torna um movimento necessário para garantir competitividade e expansão. Por outro lado, essa visão também abre portas para o interesse de empresas do exterior nos negócios nascidos em SC.

Nos últimos anos, temos acompanhado um crescimento expressivo do interesse de investidores globais em empresas catarinenses. Casos como o da Horus Smart Detections, adquirida pela gestora australiana Advara, e da VHL Sistemas, agora parte da canadense Constellation Software, mostram como o setor de tecnologia do estado tem se destacado. Essas aquisições não apenas injetam capital nessas empresas, mas também proporcionam acesso a novos mercados, tecnologias e redes de negócios que impulsionam seu crescimento.

Outro exemplo recente é o da BuscaOnibus, startup que desenvolve soluções para pesquisa e compra de passagens rodoviárias, adquirida pela DeÔnibus, que faz parte de um grupo israelense. Essa movimentação reforça uma tendência: empresas catarinenses têm alcançado relevância internacional e despertado o interesse de grupos estrangeiros e nacionais em busca de inovação.

Mas esse movimento não acontece apenas no sentido de empresas de fora investindo em negócios catarinenses. O caminho inverso também existe, com empresas do estado expandindo sua atuação internacional por meio da aquisição de startups estrangeiras. A Involves, de Florianópolis, especializada em tecnologia para gestão de trade marketing, é um exemplo: recentemente, captou R$ 70 milhões em investimentos e anunciou a aquisição da chilena Real Trends. Esse passo reforça a capacidade das empresas catarinenses de atuarem como protagonistas no processo de internacionalização.

Esse cenário não acontece por acaso. O ecossistema de tecnologia de Santa Catarina é sólido, diversificado e formado por empreendedores que entendem a importância de pensar globalmente. Lembro bem como, no ano passado, durante o Startup Summit, recebemos uma comitiva do Canadá e outros 11 países e vimos reações extremamente positivas com o que encontraram aqui.

A ACATE tem trabalhado para tornar esse caminho mais acessível, conectando empresas locais a oportunidades internacionais, aproximando investidores e criando pontes para a expansão dos negócios catarinenses além das fronteiras do Brasil. Hoje, a entidade já possui atuação em mercados estratégicos como Estados Unidos, Europa e América Latina, além de uma unidade própria no Canadá, em que buscamos facilitar a entrada de empresas catarinenses na América do Norte oferecendo suporte, conexões e estrutura para que possam se estabelecer e crescer nesse mercado altamente competitivo. Nesta relação com o Canadá, a entidade também se aproximou da Conestoga College, universidade na cidade de Ontario que recentemente se tornou mantenedora institucional da ACATE.

Destaco também a honra que temos em receber na sede da ACATE, em Florianópolis, autoridades internacionais que passaram a colocar a cidade em seu roteiro no Brasil em busca de conexão com o ecossistema de inovação e tecnologia. Nos últimos meses, recebemos o Ministro da Economia de Portugal, a delegada do Governo da Catalunha no Brasil, o embaixador da França, o cônsul da Coreia do Sul e a fundadora do Brazil Korea Conference. Essas oportunidades abrem espaço para um diálogo mais próximo que abre inúmeras portas.

Internacionalizar não é apenas uma opção para algumas empresas, mas um passo estratégico para que o ecossistema de tecnologia de Santa Catarina continue crescendo e se consolidando como referência mundial. O mundo já percebeu o potencial das nossas empresas. Agora, nosso desafio é garantir que cada vez mais empreendedores estejam prontos para dar esse salto e aproveitar as oportunidades que surgem. Santa Catarina tem tudo para ser não apenas um polo nacional de inovação, mas um protagonista global na nova economia digital.

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