Alckmin defende que BC ignore inflação de alimentos e energia ao definir juros

O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, defendeu nesta segunda-feira (24) que o Banco Central (BC) exclua alimentos e energia do cálculo da inflação ao definir a taxa Selic, seguindo o modelo adotado pelo Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA.

A declaração ocorre após o Copom elevar os juros para 14,25% ao ano, com o objetivo de conter a inflação, que fechou fevereiro em 1,31% – o maior patamar para o mês desde 2003.

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Alckmin argumentou que os preços de alimentos e energia são influenciados por fatores externos, como crises geopolíticas e eventos climáticos, e não respondem a aumentos da taxa básica de juros. “Se eu tenho uma seca forte, não adianta aumentar juros para fazer chover. Só vou prejudicar a economia”, afirmou durante evento do jornal Valor Econômico. O ministro destacou que a Selic elevada encarece o crédito e onera as contas públicas em R$ 48 bilhões a cada ponto percentual de alta.

O ministro enfatizou que a inflação penaliza principalmente os assalariados, que perdem poder de compra com reajustes anuais, e defendeu que o BC adote uma política monetária mais seletiva. “Excluir alimentos e energia do cálculo é uma medida inteligente. Poderíamos focar os juros onde têm mais efetividade no controle inflacionário”, sugeriu. A proposta contrasta com a atual estratégia do Copom, que considera a inflação “cheia” e alerta para riscos de pressão persistente nos preços de serviços.

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