Equador pede ajuda internacional para enfrentar narcotráfico


Entretanto ele pondera que essas operações devem ser acompanhadas por medidas políticas de longo prazo, já que os militares sozinhos não podem resolver todo o problema. “Neste caso específico, também é importante considerar o contexto político”, sublinha Pontón. “O presidente equatoriano quer, nesse contexto, se distanciar de uma oposição que no passado rechaçou a cooperação internacional nessa área.”

Criminalidade é tema de eleição

O pedido de ajuda militar internacional ocorre em meio a um clima político tenso. O segundo turno da eleição entre o presidente Noboa e a candidata de esquerda Luisa González está marcado para 13 de abril.

No primeiro turno das eleições, em 9 de fevereiro, o atual mandatário obteve 44,2% dos votos, contra 44,0% para González. A popularidade de Noboa caiu nos últimos meses, dando margem a especulações de que seu pedido de apoio militar poderia ser também por motivos eleitorais. González, por sua vez, concentra-se em programas sociais e critica os planos de militarização como ineficazes.

Haveria outras maneiras para os EUA, Brasil ou UE ajudarem? Catalina Niño ressalta que os EUA já falharam uma vez, “porque interromperam todos os seus programas de ajuda humanitária, que têm um potencial muito maior de alcançar melhorias sustentáveis em médio prazo”. Para a especialista, “a decisão de encerrar o trabalho da agência americana de ajuda ao desenvolvimento, a Usaid poderia até mesmo exacerbar algumas áreas de violência e fortalecer grupos criminosos”.

Ambos os especialistas desaconselham a militarização da luta contra o tráfico de drogas e pedem abordagens mais amplas que levem em conta fatores sociais e econômicos. Nesse contexto, seria instrutivo dar uma olhada em outros países latino-americanos.





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