Diretora de “Bateau Mouche“ sobre recreações das cenas: “Muito difícil“


A nova série documental “Bateau Mouche: O Naufrágio da Justiça”, baseada em uma tragédia real, estreia na plataforma de streaming Max, libera seu segundo episódio nesta terça-feira (25). Ao todo, são três episódios lançados toda terça-feira, às 21h.

Filmada no Rio de Janeiro, a produção revisita o impacto do naufrágio Bateau Mouche, em 1988, por meio de imagens de arquivo e mais de 30 entrevistas exclusivas com sobreviventes, familiares das vítimas, advogados, especialistas e pescadores envolvidos no resgate. O ocorrido resultou na morte de 55 pesoas, incluindo a da atriz Yara Amaral (“Fera Radical”, “Anos Dourados”).

A produção também traz recriações detalhadas, realizadas tanto no mar quanto em um tanque projetado, com 40 metros de comprimento, 30 de largura e até 25 de profundidade. Em entrevista à CNN, diretores do projeto revelaram detalhes da recriações das cenas.

Segundo Tatiana Issa, diretora e produtora do documentário, também responsável por “Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez”, contar a história novamente se apoiando, também, em simulações foi “muito difícil de fazer”.

“A gente tinha maquete grande que retratava a tragédia, tinha cadeiras em tamanho pequeno, médio, tamanho real, eram diferentes perspectivas que a câmera tinha que se se posicionar. O diretor de fotografia, Gustavo Nasser, ficava debaixo d’água o tempo todo, e aí enfrentava chuva, onda, a figuração toda embaixo d’água, é muito complexo, de se fazer e que ainda ficasse bem feito. Foi a primeira vez que a gente fez tantas coisas subaquáticas assim”, ressaltou Tatiana.

Segundo Patricio Diaz, gerente Sênior de Produção de Conteúdos de Não-Ficção da Warner Bros. Discovery, a dramatização foi mais necessária do que nunca, pois não haviam tantos arquivos que ilustrassem o que foi a tragédia, de fato.

“Mas uma coisa é recriar carro de época. Outra coisa é de recriar naufrágio no mar”, apontou ele.

A parte emocional da história, também foi “dolorosa” e complexa de retratar.

“No âmbito pessoal é doloroso, porque a gente está ouvindo histórias muito tristes, devastadoras”, contou Tatiana. “No ponto de vista do sentimento, do que essas famílias passaram, é muito duro, você está ali entrevistando todos eles e ouvindo tudo, aquilo é doloroso, é difícil”, complementou.

A cineasta ressaltou, então, que houve muito foco da equipe em “cuidar” dos entrevistados.

“Você tem que acolher muito aquelas pessoas e a gente desempenhava um papel muito acolhedor, eles se sentiam seguros conosco. Nossa equipe era muito cuidadosa e carinhosa, todos. A gente entende que eles estão abrindo feridas muito profundas, não é fácil a gente falar, né, sobre o que passamos na vida e no caso deles, que passaram por coisas tão brutais, é ainda mais”, relatou ela.

“Quando você senta na frente do Boris, por exemplo, que perdeu o filho e a esposa é devastador ouvir. O depoimento do Bernardo também, que perdeu a mãe, a Yara Amaral, é muito triste. A equipe toda chorava.”

Entre os depoimentos inéditos da série documental, estão os relatos de Fátima Bernardes, Malu Mader e Bernardo Amaral, filho de Yara Amaral.

O caso se tornou um símbolo da impunidade no país. Décadas depois da tragédia, nenhum dos envolvidos está preso e apenas uma família recebeu indenização.

Assista ao trailer de “Bateau Mouche: O Naufrágio da Justiça”

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