Azul assume contrato com a Petrobras que pertencia à Voepass



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Petrobras informou nesta quarta-feira (26) que fez a contratação emergencial da Azul Linhas Aéreas para garantir a continuidade das operações de sua unidade em Urucu, a 650 km de Manaus (AM). A companhia aérea assumiu um contrato que pertencia à Voepass.

Segundo a petroleira, a contratação foi feita após a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) suspender, há pouco mais de duas semanas, os voos da Voepass por questões de segurança.

“A Petrobras informa que, em virtude da suspensão cautelar do Certificado de Operador Aéreo (COA) da Voepass/MAP Transportes Aéreos, a Anac determinou a interrupção dos voos operados por essa empresa. Para assegurar a continuidade das operações da unidade da Amazônia (AM), a Petrobras efetuou a contratação emergencial da Azul Linhas Aéreas, empresa que já possuía avaliação prévia da nossa área de Logística e é qualificada no programa de excelência operacional para Transporte Aéreo e Marítimo”, disse a companhia em nota.

Nesta semana, começou a circular a indicação de que a Azul tinha interesse em absorver a operação em Urucu, cujo contrato é de fretamento e envolve cerca de R$ 50 milhões por ano.

Oficialmente, a Azul não comenta a questão.

DIFICULDADES DA VOEPASS

Em crise após um acidente aéreo em agosto do ano passado no interior de São Paulo, a Voepass está impedida de realizar voos desde o dia 11. Nesta terça (25), a Anac decidiu manter os slots da companhia nos aeroportos de Guarulhos e Congonhas, em São Paulo –dois dos terminais mais disputados pelas companhias do setor.

Por outro lado, a agência não concedeu à aérea o pedido de liberação para descumprimento do índice de regularidade nos dois aeroportos paulistas, um dos critérios de avaliação exigidos pela legislação para que uma empresa siga operando nos horários previamente acordados nos terminais pelo país.

A companhia pedia o chamado waiver (isenção) para evitar o descumprimento do índice de regularidade. No entendimento da Anac isso não seria possível porque a companhia violou a legislação por conta própria e não por problemas externos.

Atender o índice será determinante para definir se a Voepass consegue ou não manter seus slots nos aeroportos paulistas. O problema ainda pode se arrastar por outros terminais pelo país e agravar a delicada situação da empresa.

Como a suspensão dos voos foi determinada de modo cautelar, ela ainda pode ser revertida. Atualmente a Voepass possui seis aeronaves e a operação da companhia incluía 15 localidades com voos comerciais e duas com contratos de fretamento, sendo que a maior parte dos destinos está no interior do país.

A companhia entrou no radar da Anac após a queda do modelo ATR 72-500, em Vinhedo (SP). Com o desastre que vitimou 62 pessoas, o órgão implantou uma operação assistida de fiscalização nas instalações da companhia. Funcionários da agência acompanharam os trabalhos de operação e manutenção da empresa para verificar as condições necessárias à garantia da segurança.

Em outubro, a Anac exigiu a redução da malha da companhia, o aumento do tempo de solo das aeronaves para manutenção, a troca de administradores e a execução de plano de ações para a correção de irregularidades.

Segundo a agência, no final do mês passado, após nova rodada de auditorias, foi identificada a “degradação da eficiência do sistema de gestão da empresa em relação às atividades monitoradas e o descumprimento sistemático das exigências feitas pela agência”.

Cerca de 30 mil bilhetes foram afetados pela suspensão.



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