Israel bombardeia Beirute após quatro meses de trégua – 28/03/2025 – Mundo


Israel bombardeou subúrbios ao sul de Beirute nesta sexta (28), um reduto do Hezbollah. Este foi o primeiro ataque ao Líbano desde a trégua acordada em novembro do ano passado. A ação, segundo Tel Aviv, foi uma resposta ao lançamento de foguetes por parte do grupo extremista.

A ofensiva ocorreu em um bairro densamente povoado que abriga várias escolas, de acordo com a agência de notícias oficial libanesa NNA.

O porta-voz em árabe do Exército israelense, Avichay Adraee, afirmou na rede social X antes do ataque que os moradores do bairro de Hadath deveriam se retirar da área ao redor das instalações do Hezbollah, apontando um prédio em vermelho em um mapa.

“Israel estava respondendo ao lançamento de dois projéteis, dos quais um foi interceptado e o outro caiu em solo libanês. Além do bombardeio em Beirute, o Exército também disparou contra alvos do Hezbollah no sul do Líbano, na fronteira com Israel”, disse Adraee.

Nesta região, muitas escolas fecharam, como na cidade de Tiro, onde já houve um bombardeio em 22 de março. “Levei meus filhos para a escola apesar da situação, mas a direção disse que haviam fechado após as ameaças israelenses e que eu tinha que levá-los para casa”, disse Ali Qasem, pai de quatro filhos.

É a segunda vez desde a trégua que entrou em vigor em 27 de novembro que foguetes lançados do Líbano atingem Israel. A primeira foi em 22 de março.

“Se não houver calma em Kiryat Shmona e nas localidades da Galileia [região do norte de Israel], não haverá calma em Beirute”, afirmou o Ministro da Defesa israelense, Israel Katz.

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, disse que Israel atacará “em todos os lugares no Líbano contra qualquer ameaça”.

O presidente libanês, Joseph Aoun, afirmou que “tudo indica que o Hezbollah não é responsável” pelos lançamentos de foguetes e anunciou a abertura de uma investigação.

Por sua vez, o presidente francês, Emmanuel Macron, qualificou de inaceitáveis os bombardeios israelenses, “uma violação do cessar-fogo” de novembro.

No bairro de Hadath, os bombardeios causaram uma densa coluna de fumaça negra. Entre os prédios incendiados, as equipes trabalhavam para apagar as chamas e buscar os feridos nos escombros, conforme mostram imagens da AFP.

Às portas dos subúrbios do sul, de onde muitos residentes buscavam fugir, havia um grande congestionamento. “Estamos com muito medo de que a guerra volte”, disse um taxista de 55 anos chamado Mohammad, que fugia com sua família, como já havia feito durante a guerra do final do ano passado.

A agência NNA relatou ofensivas no sul e uma operação militar próxima à fronteira, com tiros. Também foram registrados ataques de artilharia em localidades próximas à fronteira e bombardeios aéreos na região montanhosa de Jezzin, ao norte do rio Litani, onde se acreditava que o Hezbollah deveria se retirar.

As hostilidades no Líbano começaram quando o Hezbollah abriu uma nova frente com Israel em solidariedade com o Hamas no início da guerra na Faixa de Gaza, como consequência do ataque terrorista ao território israelense em 7 de outubro de 2023.

Em setembro de 2024, o conflito no Líbano se intensificou, resultando em mais de 4.000 mortos e forçando mais de um milhão de pessoas a fugir. Do lado israelense, 78 mortes foram registradas, incluindo 48 soldados, além de 56 militares mortos durante uma ofensiva terrestre no Líbano.

Aproximadamente 60 mil residentes do norte de Israel foram deslocados, e metade ainda não retornou às suas casas, conforme dados oficiais.

Apesar do cessar-fogo de novembro e da retirada incompleta dos soldados israelenses do sul do Líbano em 15 de fevereiro, Israel continua realizando ataques em território libanês, e ambas as partes se acusam regularmente de violar a trégua.



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