Perda auditiva compromete comunicação e afeta qualidade de vida

A perda auditiva é uma condição que resulta na diminuição da capacidade de perceber os sons, o que pode interferir na compreensão e comunicação. O diagnóstico dessa condição é realizado por um otorrinolaringologista, que determinará o tratamento mais apropriado, que pode incluir o uso de aparelhos auditivos, limpeza do ouvido ou, em casos específicos, cirurgia. 

Os sintomas mais comuns da perda auditiva incluem a dificuldade em ouvir os sons de forma clara, com as palavras podendo soar abafadas, ou entender o que as pessoas dizem. Isso pode ser percebido por alguns sinais, como a necessidade de pedir para que as pessoas repitam o que disseram, a preferência por falar mais alto ou devagar, ou até o uso de leitura labial para entender a conversa. A pessoa também pode sentir dificuldade em manter uma conversa ao telefone, ter que aumentar o volume da TV ou rádio, ou até ser percebida pelos outros falando mais alto.

Outros sinais incluem a sensação de ouvido tampado, a presença de um zumbido no ouvido e a dificuldade de se comunicar em ambientes barulhentos. Além disso, devido às dificuldades de comunicação, quem sofre de perda auditiva pode se isolar socialmente, já que tem dificuldade em entender o que os outros estão dizendo.

A perda auditiva pode ser dividida em diferentes graus, variando de leve a profunda. No grau leve, a pessoa consegue ouvir apenas sons a partir de 25 até 40 decibéis, o que torna difícil compreender a fala de familiares e amigos em ambientes ruidosos, além de não conseguir ouvir sons sutis, como o tic-tac de um relógio ou o canto de um passarinho. 

No grau moderado, a capacidade de audição é limitada a sons de 41 a 55 decibéis, o que dificulta a compreensão de conversas em grupo. Já no grau acentuado, a pessoa só consegue ouvir sons a partir de 56 a 70 decibéis, podendo identificar apenas ruídos mais intensos, como o choro de crianças ou o som do aspirador de pó, sendo necessário o uso de aparelhos auditivos ou próteses. 

A perda auditiva severa ocorre quando a pessoa só ouve sons a partir de 71 a 90 decibéis, conseguindo perceber sons como latidos de cães, notas graves de um piano ou o toque do telefone no volume máximo. No caso da perda auditiva profunda, a audição só é possível a partir de 91 decibéis, impossibilitando a identificação de sons e dificultando a comunicação e a compreensão da fala.

A medição dessa perda auditiva é realizada com o auxílio de um aparelho chamado audiômetro, que avalia os níveis de audição em decibéis. O diagnóstico da perda auditiva em adultos e crianças é feito pelo otorrinolaringologista, que analisa os sintomas e realiza o exame clínico do ouvido para verificar se há condições, como o excesso de cera ou infecções, que possam estar comprometendo a capacidade auditiva.

Pesquisa aponta que a perda auditiva acelera o declínio cognitivo

Uma pesquisa realizada pela USP, utilizando dados da população brasileira, fortaleceu a evidência sobre a associação entre a perda auditiva e o declínio cognitivo, alertando para a necessidade de investimentos em prevenção pelos sistemas de saúde. 

O estudo, baseado no Elsa-Brasil, acompanhou 805 participantes com idades entre 34 e 74 anos ao longo de três períodos, de 2008 até 2019.

 Durante esse tempo, os participantes passaram por audiometria e testes de desempenho cognitivo, que avaliaram memória, fluência verbal e funções executivas, além de informações sobre saúde e variáveis sociodemográficas como idade, sexo, raça e educação.

Após a análise estatística, controlando as variáveis de saúde e estilo de vida, os resultados confirmaram que a perda auditiva está relacionada a um declínio cognitivo global mais acentuado. Uma das explicações mais aceitas para essa relação é a redução dos estímulos ao cérebro. 

A perda de audição, como uma das fontes de entrada de estímulos do cérebro, compromete a estimulação necessária para o funcionamento adequado do órgão, o que resulta em menor ativação das áreas cerebrais, como as relacionadas à linguagem. Além disso, pessoas com perda auditiva tendem a se isolar socialmente, interagindo menos, o que pode agravar ainda mais o impacto no seu funcionamento cognitivo.

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