Luciano Hang é condenado à prisão por difamação e injúria

Dono da rede de lojas Havan, o empresário Luciano Hang foi condenado a um ano e quatro meses de prisão e mais quatro meses de detenção em regime aberto por difamação e injúria contra o arquiteto Humberto Tadeu Hickel.O arquiteto criou, em 2020, um abaixo-assinado contra a instalação de uma réplica da Estátua da Liberdade em uma loja da Havan em área turística de Canela (RS), e foi chamado de “esquerdopata” e sugerido que “vá para Cuba” por Hang.O caso foi considerado improcedente em primeira instância, na vara de Canela, mas a 1ª Câmara Especial do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul condenou o empresário, que teve a pena de prisão substituída por prestação de serviços à comunidade (uma hora por dia de condenação) e pagamento de 35 salários mínimos ao arquiteto.Conteúdo relacionadoBolsonaro tentou usar Receita e Serpro para proteger filhoHang é condenado por coagir empregados a votar em BolsonaroNo abaixo-assinado, o arquiteto afirmava que a estátua da Havan era uma violência simbólica contra Canela e um objeto estranho à história da cidade.O Plano Diretor do município permitia a instalação de monumento com até 21 metros de altura, mas a Câmara Municipal aprovou que a réplica tivesse dez metros a mais, como nas demais lojas da rede.Na época, o então secretário municipal do Meio Ambiente, Jackson Müller, afirmou que a estátua não descaracterizaria Canela devido à localização, em uma rodovia estadual com vários estabelecimentos comerciais.A loja foi inaugurada em novembro de 2021, com 10 mil metros quadrados de área construída, salas de cinema, 500 vagas de estacionamento, praça de alimentação e a estátua.Quer ver mais notícias? Acesse nosso canal no WhatsAppEm nota, Hang afirmou que vai recorrer e criticou a condenação.”O Brasil é um país extremamente perigoso para um empreendedor. Na busca de gerar empregos e desenvolvimento, pode ser processado criminalmente por pessoas que se utilizam de ideologias ultrapassadas para impedir a construção de empreendimentos”, disse. “É o que está acontecendo neste caso. Um absurdo. É inaceitável que debates políticos sejam punidos, tirando o direito à liberdade de expressão”.Para os advogados de Hickel, a Justiça enviou uma mensagem importante à sociedade. “Não é possível que convivamos nesse ambiente de ódio e com o estímulo a esse tipo de discurso, que tem sido cada vez mais frequente”, diz nota da defesa.
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