Mil dorameiras lotam shopping de São Luís para ver k-drama – 30/03/2025 – K-cultura


A praça de alimentação do principal shopping de São Luís, capital do Maranhão, parou neste sábado (29) com clima de final de Copa do Mundo. Cerca de mil dorameiras, como são conhecidas as fãs de k-dramas, se reuniram para assistir ao último episódio de “Se a Vida te Der Tangerinas”, transmitido num telão no local. Durante 1h30, o som dos restaurantes deu lugar ao de muito choro e aplausos.

Desde que estreou, no dia 7, o título permaneceu no top dez de séries mais vistas da Netflix no Brasil. A história acompanha o casal Ae-sun, garota rebelde que sonha ser poeta, e Gwan-sik, tímido e resiliente, ao longo de 65 anos. Quatro capítulos eram liberados a cada sexta-feira. O último carregou no drama e bastou 15 minutos para ouvir os primeiros choros e suspiros.

As fãs celebraram viradas na trama com gritos e palmas, mas na maior parte do tempo o público ficou em silêncio, com olhos atentos à telona e lenços de papel a postos. Quase todos ali eram mulheres, que foram em grupos de amigas ou com as filhas –os homens presentes eram maridos e namorados que as acompanhavam.

A professora Rita Moreira, de 54 anos, foi com um grupo de sete pessoas, vestindo camisetas com as palavras “dorameira” e “doramas são a minha terapia”. “São uma distração para mim, me fazem bem em qualquer situação, quando tô feliz ou triste, em casa ou no shopping” explica ela, que participa de evento do tipo pela segunda vez.

“Chorei do começo ao fim”, diz a administradora Rayanna Nascimento, 38, que foi com a irmã e a mãe para a exibição. “Como esse k-drama fala de família, nos pega como se fosse com a gente, porque somos mãe”, diz a irmã Raíza Nascimento, 35.

O casal protagonista de “Se a Vida te Der Tangerinas” passa por várias dificuldade ao longo das décadas, sobretudo a pobreza. Precisam lidar com o machismo, o luto, a desigualdade de classes e um câncer.

Fãs viajaram até de outros estados para assistir à final. A professora Gislaynne Brito, 33, veio de outra cidade do Maranhão, São Sebastião. Para isso, saiu de casa às 21h de sexta (28) para pegar a estrada e chegar às 4h em São Luis. “Chorei muito vendo, é uma carga emocional muito grande”, diz.

As dorameiras também montaram looks inspirados na série, e apostaram em camisetas personalizadas, laços nos cabelos, saias e vestidos florais e itens laranja, para remeter às tangerinas do título. A produção era uma das mais aguardadas pelos fãs, já que é estrelada por IU e Park Bo-gum, dois dos atores mais queridos na Coreia do Sul.

O evento foi idealizado por Ester Oliveira e Hellen Marques, criadoras do fã-clube Doramelizando, com 108 mil seguidores no Instagram. Em janeiro, elas fizeram evento semelhante e exibiram a final de “Quando o Telefone Toca” para cerca de 700 pessoas. Vídeos viralizaram nas redes sociais e chegaram até os atores coreanos, que comentaram.

Chegou também na Netflix, que detém o drama coreano. Desta vez, a gigante do streaming decidiu organizar oficialmente a transmissão e montou o telão, enfeitou o shopping com cartazes, disponibilizou cenários para fotos e distribuiu brindes.

A plataforma também inaugurou um letreiro na entrada do São Luís Shopping com a frase “São Luís <3 k-drama” e Maranhão escrito em alfabeto coreano. A ação causou a mesma animação de um show, com gritos e empurra-empurra para fazer fotos. Teve até presença do prefeito, Eduardo Braide, que ficou para ver a série.

A princípio, a placa fica instalada ali por um ano. A professora Gislayne Brito aproveitou para fazer selfies no letreiro com a amiga. “É como um evento histórico, parece uma premiére. É um reconhecimento para os fãs, a gente se sente vista”, diz.

A Netflix lançou ainda uma propaganda com Alcione, que cantou seu sucesso “Você me Vira a Cabeça” em coreano, vestindo uma camiseta estampada com a cara dos atores. A cantora nasceu em São Luís, chamada pela população de “ilha do amor”, mesma alcunha do cenário do k-drama, a ilha de Jeju, na distante Coreia do Sul.

A jornalista viajou a convite da Netflix.


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