Netanyahu renova pressão sobre Hamas e desafia TPI – 30/03/2025 – Mundo


O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, repetiu neste domingo (30) a exigência de que o Hamas se desarme e de que seus líderes deixem Gaza, prometendo intensificar a pressão sobre o grupo terrorista enquanto continua os esforços para libertar reféns.

Netanyahu disse que Israel trabalhará para implementar o “plano de emigração voluntária” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para Gaza, e disse que seu gabinete concordou em continuar pressionando o Hamas.

A facção palestina, por sua vez, afirma ter concordado com uma proposta de cessar-fogo dos mediadores Egito e Catar. Mas o alto funcionário do Hamas, Sami Abu Zuhri, disse que os comentários de Netanyahu são uma receita para uma “escalada interminável” na região.

Bibi, como o premiê também é conhecido, rejeitou as afirmações de que Israel, que retomou seu bombardeio a Gaza após uma trégua de dois meses e enviou tropas de volta ao território, não estava negociando.

No sábado, Khalil al-Hayya, comandante do Hamas em Gaza, disse que o grupo concordou com uma proposta que fontes de segurança da agência de notícias Reuters disseram incluir a libertação de cinco reféns israelenses por semana. Mas ele disse que abandonar as armas, como Israel exigiu, era uma “linha vermelha” que o grupo não cruzaria.

Neste domingo, primeiro dia do feriado muçulmano Eid al-Fitr, que marca o fim do Ramadã, autoridades de saúde em Gaza disseram que pelo menos 24 pessoas, incluindo várias crianças, foram mortas em ataques israelenses. Ainda segundo eles, nove pessoas foram mortas em uma única tenda na cidade do sul de Khan Yunis, próxima à fronteira com o Egito.

Desde que Israel retomou seus ataques em Gaza em 18 de março, centenas de palestinos foram mortos e dezenas de milhares foram forçados a esvaziar áreas no norte de Gaza para onde haviam retornado após o acordo de cessar-fogo em janeiro.

Netanyahu disse que Israel está exigindo que o Hamas deponha as armas e disse que seus líderes poderão deixar Gaza. Ele não deu detalhes sobre por quanto tempo as tropas israelenses permaneceriam no território, mas repetiu que as capacidades militares e governamentais do Hamas devem ser destruídas.

“Vamos garantir a segurança geral na Faixa de Gaza e permitir a implementação do plano Trump, o plano de emigração voluntária”, disse. “Esse é o plano, não o escondemos, estamos prontos para discuti-lo a qualquer momento.”

Trump originalmente propôs mover toda a população de 2,3 milhões de Gaza para outros países, incluindo Egito e Jordânia, e desenvolver a Faixa de Gaza como um resort de propriedade dos EUA. No entanto, nenhum país concordou em receber a população, e Israel desde então disse que quaisquer partidas de palestinos seriam voluntárias —o deslocamento forçado poderia ser considerado limpeza étnica.

Também neste domingo, Netanyahu anunciou que viajará para a Hungria de quarta-feira (2) a domingo (6) para uma visita durante a qual se encontrará com o premiê húngaro, Viktor Orbán. O israelense, porém, é alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional por acusações de crimes de guerra em Gaza. Isso, na prática, o impede de visitar países-membros do TPI, como a Hungria, que seria obrigada pelo estatuto que deu origem ao tribunal a prender o visitante.

Mas Orbán, desde novembro passado, quando convidou Netanyahu, disse que o mandado de prisão não será considerado, de modo que o israelense pode viajar sem preocupação.



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