Crescente Vermelho recupera corpos de humanitários em Gaza – 31/03/2025 – Mundo


Corpos de 15 trabalhadores humanitários mortos na Faixa de Gaza há pouco mais de uma semana após um ataque de Israel foram recuperados, afirmou o Crescente-Vermelho palestino neste domingo (30). Oito deles eram da própria entidade, seis eram da Defesa Civil local, e um era da ONU.

O CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha) disse estar consternado com as mortes no território palestino, que voltou a ser bombardeado por Israel nos últimos dias após dois meses de cessar-fogo. As vítimas haviam desaparecido no dia 23 de março, enquanto atendiam a pessoas afetadas pelo conflito, segundo a Cruz Vermelha.

“Seus corpos foram identificados hoje e foram recuperados para um enterro digno. Esses funcionários e voluntários estavam arriscando suas próprias vidas para fornecer apoio a outros”, disse a entidade em um comunicado. Um dos corpos havia sido recuperado na última quinta (27), enquanto os outros foram resgatados apenas no domingo.

Um nono trabalhador, o motorista da ambulância, ainda está desaparecido, de acordo com a FICV (Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho). Segundo a federação, o acesso à área vinha sendo negado nos dias anteriores.

“Até mesmo nas áreas de conflito mais complexas há regras. As regras do direito internacional humanitário não poderiam ser mais claras —civis devem ser protegidos, trabalhadores humanitários devem ser protegidos”, afirmou a federação.

Embora não atribua culpa pelos ataques, o CICV afirmou que, “por 17 meses, equipes médicas e socorristas em Gaza têm respondido a um sofrimento inimaginável dia após dia, e muitos foram mortos no curso de seu trabalho”. “O alto número de profissionais médicos mortos durante este conflito é devastador”, afirmou, antes de pedir respeito aos trabalhadores humanitários.

“Esse massacre a nossa equipe é uma tragédia não apenas ao Crescente Vermelho palestino, mas para o trabalho humanitário e a humanidade”, afirmou a entidade do território, segundo a qual 27 de seus membros já foram mortos desde o início da guerra.

Sem comentar diretamente as mortes dos trabalhadores, o Exército de Israel disse nesta segunda que suas tropas abriram fogo contra ambulâncias e caminhões de bombeiros quando os veículos se aproximaram de uma posição sem coordenação prévia e sem faróis ou sinais de emergência.

Tel Aviv ainda afirmou que o ataque matou membros do Hamas e do Jihad Islâmico e condenou o que chama de “uso repetido de infraestrutura civil pelas organizações terroristas na Faixa de Gaza”. A acusação, evocada por Israel após outros ataques a hospitais ou ambulâncias, é negada pelos grupos humanitários.

Embora ainda não esteja claro o que ocorreu, o direito internacional humanitário, que reúne as regras para conflitos armados, prevê o atendimento a combatentes feridos e enfermos nos campos de batalha.

O incidente foi o ataque mais mortal a trabalhadores da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho em todo o mundo desde 2017, disse a FICV. “Estou desolado. Esses dedicados socorristas estavam respondendo a pessoas feridas. Eles eram humanitários”, disse o secretário-geral da federação, Jagan Chapagain. “Eles usavam emblemas que deveriam tê-los protegido; suas ambulâncias estavam claramente marcadas.”

Segundo as Nações Unidas, pelo menos 1.060 profissionais de saúde foram mortos nos 18 meses de guerra em Gaza.



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