Além das corredeiras: conexões, aprendizados e o verdadeiro espírito de equipe

Quando se fala em rafting, a primeira imagem que vem à mente é de um grupo de pessoas descendo um rio agitado, remando com força e enfrentando a correnteza.

O que poucos percebem à primeira vista é que essa atividade radical pode ensinar mais sobre liderança e trabalho em equipe do que muitas palestras ou cursos corporativos.

Ao longo da minha trajetória como empresário, tive o privilégio de aprender com grandes nomes, alguns longe dos holofotes, mas cujas histórias e ensinamentos deixaram marcas profundas na forma como enxergo a liderança.

Um desses nomes foi o Maurício, fundador do Reclame Aqui, que me ensinou que a verdadeira liderança se constrói de forma autêntica. Ser líder não é vestir uma máscara no trabalho e outra fora dele – é ser a mesma pessoa em qualquer ambiente.

Talvez seja por isso que, mesmo depois de me desligar da empresa, continuo organizando as confraternizações anuais.

Elas sempre carregam um pouco da minha essência: finais de semana longe do caos urbano, sem reuniões, sem pautas, sem pressão.

Apenas pessoas convivendo em um ambiente diferente, se permitindo conhecer melhor, rir juntas e criar laços genuínos. Já tivemos experiências com rapel, paraquedismo e, desta vez, rafting.

No início da descida, tudo parece tranquilo. O grupo está animado, conversando e rindo, até que chegam as primeiras corredeiras. O guia dá as instruções: “Remem juntos! Sigam o ritmo! Se alguém cair, estendam a mão sem hesitar!”.

Em poucos minutos, percebemos que não há espaço para individualidade. Se cada um remar no seu tempo, sem prestar atenção nos outros, o bote perde equilíbrio, gira no sentido errado e até pode virar. Se alguém vacilar, todos sofrem o impacto.

Aquela experiência foi um retrato perfeito do que acontece em qualquer equipe de trabalho. Quando todos remam juntos, a força se soma, e os desafios são vencidos com mais facilidade.

Se alguém para de remar, o grupo sente a diferença. Se alguém cai, a equipe tem que agir rápido para puxá-lo de volta. Não existe um só herói, e ninguém chega ao destino sozinho.

Outro aprendizado veio do próprio guia. Durante toda a descida, ele manteve uma postura de liderança firme, mas sem ser autoritário. Ele não gritava comandos desnecessários nem tentava assumir todas as funções sozinho.

Pelo contrário: ele confiava no grupo e sabia a hora certa de orientar e a hora certa de deixar que cada um fizesse sua parte. Um verdadeiro líder.

No fim da atividade, enquanto todos riam e comentavam sobre os momentos mais intensos do percurso, ficou claro que havíamos vivido algo muito maior do que uma simples aventura. Tínhamos experimentado, na prática, os pilares de um time de alta performance: comunicação clara, confiança mútua, sincronia e apoio incondicional.

Eventos corporativos tradicionais, com palestras motivacionais e premiações, podem ser excelentes para impulsionar resultados.

Mas se o objetivo for criar conexões genuínas, experiências como essa fazem toda a diferença. Porque, no final do dia, não são os discursos que unem as pessoas – são as vivências compartilhadas, os desafios superados juntos e os aprendizados que ficam para além do escritório.

E talvez esse seja o maior segredo da liderança: criar ambientes onde as pessoas remem na mesma direção, porque querem, não porque precisam.

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