Documentário exibe cenários paradisíacos da Chapada dos Veadeiros

O documentário ‘Chapada em Modo Avião’, surge com o intuito de retratar os cenários paradisíacos da Chapada dos Veadeiros, a transformação e os impactos positivos causados na vida do povo Kalunga nos últimos anos com a chegada da água tratada e do ensino técnico. Com roteiro e direção do jornalista Victor Andrade, terá sua estreia durante o Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica) 2024, na cidade de Goiás. 

Além de abrigar os quilombolas Kalunga, a região considerada o berço das águas brasileiras, também se caracteriza pela natureza exuberante do Cerrado, belas paisagens e presença de rios e cachoeiras de águas cristalinas. “A Chapada é considerada patrimônio natural pela Unesco, o berço das águas. Várias nascentes. E nós mostramos nesse documentário vários paraísos escondidos, belezas naturais, uns destinos bem exóticos, assim, um lado B da Chapada também. O turismo é a principal atividade econômica daquele povo, e como é importante, né? Eles sobrevivem basicamente do turismo. Tem outras atividades secundárias, como a agricultura, outros fazem serviços menores, mas o foco principal deles é o turismo”, explica Victor Andrade.

Para produzir o documentário, a equipe participou de uma expedição que percorreu cerca de cinco mil quilômetros na região da Chapada dos Veadeiros e visitou algumas comunidades Kalunga.  No total, foram mais de 30 dias percorrendo as comunidades quilombolas, mergulhando na cultura e na história da região e dos habitantes. “O objetivo era conhecer os desafios enfrentados pela população local e as transformações resultantes da chegada da água tratada e do ensino técnico, que levaram mais qualidade de vida para a população local”, revela.

O documentário mostra como essas comunidades têm evoluído, principalmente com a chegada da água tratada, a comunidade de São Domingos, por exemplo, é a única que recebe a água tratada, através de uma doação da Saneago e do Governo de Goiás, de meio milhão de reais para poder viabilizar. 

“Tem a possibilidade dessa água tratada chegar até outras comunidades no futuro próximo, a gente mostrou como isso melhorou a qualidade de vida nessa comunidade em particular, com menos doenças hídricas, com mais exposição até sala de aula, tudo melhorou. Mostra também que eles vêm tendo a consciência da capacitação. A sensação profissional, a consciência de estudar. Então, eles têm feito, por exemplo, através dos cotex, os colégios tecnológicos, cursos de guias turísticos e isso tem dado um upgrade na hora de receber o turista”, afirma.

O povo Kalunga representa a maior comunidade quilombola do Brasil, com mais de 300 anos de história. Formada no século XVIII pelos descendentes de escravos fugitivos que organizaram um quilombo no coração do Brasil, na Chapada dos Veadeiros. O povo Kalunga é formado por 39 comunidades, reúne mais de 1,5 mil famílias e cerca de 8 mil quilombolas. 

Em meio a tantos desafios e experiências, o roteirista explica que houve um episódio que o marcou bastante. “A chegada até a comunidade onde mora a Dona Procópia, hoje com 91 anos, ela foi indicada em 2005 ao prêmio Nobel da Paz, uma goiana que é a principal defensora dos quilombolas da Chapada, ela é a pioneira de tudo, nós chegamos depois de 17 km de rafting num bote até a comunidade dela para poder entrevistar, na comunidade tem até um museu em homenagem a ela, que ela sempre foi símbolo de resistência e defesa do povo kalunga, então eu acho que é um episódio que foi bem interessante, deu um peso para o documentário.

Exibição no Fica 2024

A obra será exibida na Sessão Saneago, no dia 15 de junho, às 14h, no Teatro São Joaquim, com entrada gratuita. Após a exibição, será realizado um bate-papo com a plateia, com rodada de perguntas e respostas sobre os temas abordados no documentário, entre eles questões ambientais, as mudanças climáticas e como os impactos ambientais têm afetado a superfície d’água.

“Participar da produção de um documentário desse não deixa de ser uma realização muito grande, porque é um festival que é referência no mundo todo, né? Ele é um festival internacional e então é um motivo de muita alegria também representar o nosso estado, porque a gente sabe que a grande maioria dos filmes que vão estar lá no festival são filmes internacionais e é uma minoria só de filmes e documentários goianos”, continua Victor.

A plateia vai poder interagir com os quatro debatedores. O diretor e roteirista Victor Andrade; e Douglas Neres, diretor de produção do documentário; vão falar sobre a realização do filme; Fabrício Amaral, secretário estadual de Turismo de Goiás; vai abordar a importância do turismo na região, que é a principal atividade econômica da comunidade quilombola. Já a engenheira civil sanitarista Camila Roncato, superintendente de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Saneago, vai tratar da questão da gestão ambiental e as mudanças climáticas na região.

“O povo pode esperar muita cultura goiana, é um filme 100% goiano, eu tive a honra de roteirizar e dirigir, que mostra todas essas transformações reforçando. É um povo que é remanescente da escravidão, procuraram a Chapada dos Veadeiros porque era um lugar de difícil acesso, eles poderiam se esconder dos senhores feudais, foi o que aconteceu, muitos chegaram até ali dessa forma. O filme mostra muito essa essa defesa de um povo que historicamente sempre foi muito esquecido, mas que agora eles têm recebido um pouco mais de atenção”, finaliza.

Serviço

Exibição do documentário – Chapada em Modo Avião

Quando: 15 de junho

Onde: R. Moretti Foggia – Goiás

Horário: 14h

Entrada gratuita

O post Documentário exibe cenários paradisíacos da Chapada dos Veadeiros apareceu primeiro em OHoje.com.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.