Os personagens que seus intérpretes odiaram viver

Nem todo papel dos sonhos é bem-vindo. Ainda que o cinema nos tenha presenteado com personagens icônicos que atravessaram gerações, a verdade é que nem sempre os atores amaram dar vida a essas figuras. Por trás das câmeras e dos holofotes, muitos deles guardam histórias de frustração, arrependimento e até repulsa ao papel que, ironicamente, os transformou em estrelas mundiais.

É o caso de Robert Pattinson. Embora tenha sido catapultado para o estrelato com o papel de Edward Cullen na saga Crepúsculo, o ator britânico não esconde o quanto detesta o vampiro que interpretou por quatro filmes. Antes disso, ele já havia ganhado visibilidade como Cedric Diggory em Harry Potter e o Cálice de Fogo (2005), mas foi com a saga baseada nos livros de Stephenie Meyer que seu rosto se espalhou pelos quartos de adolescentes de todo o mundo. Ainda assim, Pattinson nunca se sentiu confortável com o personagem e chegou a declarar em entrevistas que achava Edward “deprimente” e que o roteiro fazia pouco sentido. A experiência o deixou tão marcado que ele passou anos tentando se desvencilhar da imagem do vampiro perfeito.

Esse tipo de situação não é incomum. Há muitos motivos para um ator odiar um papel: falta de identificação com o personagem, condições ruins de trabalho, má direção ou até mesmo o peso da fama repentina. E por mais que o público ame determinadas atuações, o processo de criação pode ser extremamente desgastante — física e emocionalmente.

A relação entre intérprete e personagem é uma via de mão dupla que nem sempre termina em amizade. Alguns artistas se sentem presos, limitados ou simplesmente incomodados com o que representam na tela. Isso revela um lado menos glamouroso da indústria cinematográfica, onde nem sempre o sucesso significa satisfação pessoal.

Nos próximos anos, veremos mais atores revisitando (e talvez renegando) seus papéis antigos, à medida que discussões sobre saúde mental e liberdade criativa ganham espaço em Hollywood. O que fica claro é que, por trás de toda performance inesquecível, há também um ser humano com suas próprias questões — e nem sempre elas cabem dentro de um roteiro.

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