
Parte da população ainda busca familiares entre escombros. É o caso da birmanesa Hnin, que segue atrás de notícias de suas duas filhas, seu marido e uma funcionária. Eles estavam dentro de um hotel de seis andares em Mandalay que desabou, conforme apurado pelo The Guardian.
Atrasos nas operações de busca no país aumentam o desespero. Hnin andou pela cidade devastada, onde as linhas de comunicação mal funcionam, para comprar lanternas e combustível para equipes de socorro mal equipadas. Um gerente do hotel onde estava sua família não permitiu o uso de uma escavadeira pelos socorristas, temendo que o prédio desabasse. Dias se passaram antes que as equipes de resgate chinesas e russas chegassem à região, mas os familiares da birmanesa ainda não foram encontrados.
Como posso dormir? Quando acordo no meio da noite, sinto como se minhas lágrimas tivessem secado. Não consigo mais chorar nem expressar o que estou sentindo. Meu coração dói muito. Hnin, ao The Guardian
Muitos seguem desabrigados, porque suas casas foram destruídas ou porque temem novos desabamentos. As Nações Unidas estimam que mais de três milhões de pessoas podem ter sido afetadas pelo terremoto de magnitude 7,7 em um país que já sofre as consequências de quatro anos de uma guerra civil.
Famílias colocaram móveis para fora de casa e estão dormindo em tendas marcadas com o número de suas casas. Ajudas externas seguem chegando ao país, mas moradores alegam que não está sendo suficiente. Água limpa, alimentos e remédios são demandados, enquanto corpos estão presos sob o escombro de prédios e o cheiro de decomposição se espalha pelas ruas das cidades na região central, ainda segundo reportagem do The Guardian, que esteve na região.