Francês acusa sócio chinês do hotel Rosewood de espionagem – 08/04/2025 – Mônica Bergamo

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Uma disputa entre os sócios do Rosewood, hotel de luxo localizado dentro do complexo Cidade Matarazzo, na região central de São Paulo, chegou à justiça.

A juíza Laura de Mattos Almeida, da 29ª Vara Cível de São Paulo, autorizou nesta terça-feira (8) uma perícia no local após o empresário francês Alexandre Allard acusar seus sócios de espionagem corporativa e de tentativas de usurpar seus direitos autorais. Ele afirma também que eles tentam diluir sua participação acionária no negócio.

A defesa de Allard busca documentar elementos arquitetônicos e artísticos que, segundo o francês, foram concebidos por ele antes da entrada dos chineses no empreendimento. Ele quer evitar que possíveis modificações no complexo possam comprometer provas.

O hotel é controlado pela BM Empreendimentos, uma sociedade entre o francês e a holding chinesa Chow Tai Fook Enterprises Limited (CTF). A CTF é a acionista majoritária no negócio. Allard acusa os chineses de tentarem aumentar mais ainda a participação na empresa.

Segundo a petição de Allard, os sócios chineses tentaram fazer com que ele assinasse um documento que pretendia “garantir que Alex Allard renunciasse a seus direitos autorais e de tudo que decorre deles a favor da BM Empreendimentos e, portanto, da chinesa CTF”.

O documento também afirma que uma diretora da BM Empreendimentos invadiu o computador de uma advogada que assessorava o empresário para roubar informações por meio de um pen drive. Na época, os dois lados tratavam da conversão de um conjunto de debêntures, dívidas que podem ser convertidas em ações.

“Evidentemente, seria muito mais vantajoso para a CTF chegar à mesa de negociação com um sócio em condições sensivelmente desfavoráveis, cujo legado já teria sido artificialmente apagado da história da Cidade Matarazzo [complexo onde fica localizado o Rosewood] e com seus dados e estratégias totalmente expostos e vazados”, continua.

A relação entre as duas partes começou na década passada.

Em 2011, Allard comprou o terreno da Bela Vista, a uma quadra da avenida Paulista, em que funcionava o antigo Hospital Matarazzo. Dois anos depois, os chineses da CTF, donos da bandeira Rosewood, se associaram a ele para a construção do hotel.

Em 2019, o negócio foi dividido em duas empresas: a BM Empreendimentos, controlada majoritariamente pela CTF, na qual Allard manteve participação minoritária; e a BM Varejo, controlada por Allard e responsável pelo centro comercial e por outras operações do complexo.

A partir de 2022, a CTF começou a adquirir os títulos conversíveis em ações emitidas pela BM Empreendimentos. Em 2024, solicitou a conversão dos papéis —o que aumentaria sua participação na sociedade e diluiria ainda mais o controle de Allard.

Segundo o empresário francês, a CTF não seguiu os procedimentos estabelecidos nas escrituras de emissão ao tentar converter as debêntures.

Na decisão desta terça, a magistrada cita um “receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação dos fatos narrados”.

Ela deu às partes o prazo de 15 dias para formulação de quesitos e indicação de assistentes técnicos para a realização da perícia no local. Determinou também que os honorários do procedimento sejam custeados por Allard.

Procurada, a defesa da BM Participações não se manifestou até o fechamento deste texto.

com KARINA MATIAS, LAURA INTRIERI e MANOELLA SMITH


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