Mobilização dos ambulantes coloca a gestão de Mabel sob pressão

A sessão ordinária da Câmara Municipal de Goiânia nesta última terça-feira (8) foi a ritmo açodado devido uma mobilização popular dos feirantes ambulantes da 44 contra as novas políticas do prefeito Sandro Mabel (União), que ordenou os ambulantes a não usarem o espaço da região a partir deste mês de abril. Dos dez projetos na pauta do dia, apenas quatro foram discutidos, sendo três textos sobre vetos de Mabel em matérias do legislativo, como a Campanha Vizinho Consciente e a obrigatoriedade da construção de calçadas pela administração.

Na entrada da Casa, dezenas de ambulantes da região se aglutinaram para protestar contra o Mabel no plenário da Câmara, contudo, foram supostamente barrados com a presença da Guarda Civil Municipal ao lado de dentro da Câmara. Além de manifestar contra a retirada dos comércios, a classe também denunciou o uso da força excessiva pela GCM na remoção dos ambulantes, como no emprego das balas de borracha e bombas de efeito moral. Ao que caminha, a situação dos ambulantes teme ser mais uma crise de Mabel logo no início da gestão ao lado da Taxa do Lixo. 

Junto com os manifestantes, o vereador Fabrício Rosa (PT) defendeu a classe e propôs um projeto de lei que visa regularizar com uma licença própria, que atualmente também é usada por outros feirantes, e a criação do Conselho Municipal de Regulamentação do Comércio Ambulante, até o momento o parlamentar garantiu 12 das 19 assinaturas necessárias para a aprovação do projeto quando for votada no plenário. 

Em coletiva de imprensa, Rosa ventila contra a decisão de Mabel e afirma que quer dialogar com a administração para a regularização dos feirantes. “Eles querem trabalhar, prefeito Sandro Mabel. A riqueza da cidade precisa ser divida, essa [região da 44] é um dos mais importantes polos têxteis do país e do Centro Oeste. As pessoas e as famílias têm direito de sentar à mesa da economia para sustentar os seus filhos, os seus idosos e as pessoas com deficiência.”

Além disso, a colega de sigla de Rosa e presidente do partido em Goiás, Kátia Maria, afirma ao O HOJE que o diálogo entre os poderes necessita ser ampliado para que todas as partes sejam ouvidas. De acordo com a parlamentar, uma nova proposta da gestão sobre os ambulantes foi apresentada para o legislativo, mas que difere do acordado pela administração durante a audiência pública para tratar do assunto que ocorreu neste último dia 17 de março. 

Segundo Kátia, a retirada total dos ambulantes do local também pode causar um impacto econômico na região por enfraquecer a economia da 44. Do mesmo modo, pondera que o uso da força na retirada dos ambulantes causa uma visão negativa da sociedade para o local que pode perceber como um espaço pouco seguro. “Eu duvido que alguém que esteja vendo a cobertura jornalística com bala de borracha, acertando pessoas que estão vindo comprar em Goiânia queiram continuar frequentando o lugar. Isso expõem a região da 44 de forma negativa”.

Outra parlamentar que também desferiu críticas a Mabel foi a vereadora Aava Santiago (PSDB) que se posicionou contra a medida e declarou apoio a classe. Ademais, pontuou que “a única promessa cumpridas da meta de 100 dias [de gestão] do Mabel foi a retirada dos ambulantes.”

Em nota, a GCM afirma que acompanha a retirada dos ambulantes pelos auditores fiscais e que atua para resguardar a segurança do local. “A Guarda Civil Metropolitana de Goiânia (GCM) informa que acompanha a fiscalização realizada pelos auditores fiscais na região da 44, em cumprimento ao Código de Posturas do município. A atuação da GCM é realizada conforme prevê suas atribuições, para garantir a segurança dos visitantes, comerciantes e fiscais municipais durante suas atividades.” 

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