Foi apaixonada por música e mantinha família unida e fé – 15/04/2025 – Cotidiano


“Eu não sou rei, mas lá em casa tem rainha”, cantava Hamilton Pimentel da Silveira para a amada Rozaura Maria. A letra foi uma das músicas escritas por ele em homenagem à mulher, com quem passou mais de 50 anos casado.

Juntos, gostavam de ouvir e cantar músicas, tiveram três filhos, mudaram de cidade, de religião, mas nunca perderam a fé, e faziam questão de manter a família sempre unida.

Rozaura, conhecida como Zazaia, nasceu em Palma, em Minas Gerais, e se mudou para São Roque, interior paulista, com a família aos 20 anos. Na época, já namorava com Hamilton e ele se mudou junto.

Depois de casados, viveram um período em São Paulo, onde ela trabalhou no Hospital das Clínicas, mas depois de 12 anos retornaram para o interior.

No hospital, ela trabalhava na creche dos funcionários. “Ela era o destaque”, lembra o marido. Lá, ela gostava de preparar as festinhas, decoração e pinturas nos vidros.

Os filhos e o marido lembram que Zazaia foi uma mulher de diversas facetas, gostava de reunir a família, estar presente para os filhos e garantia presentinhos para os parentes com bastante antecedência. Com sete irmãs, também tinha o costume de viajar, para dentro e fora do país, para conhecer novos lugares.

Também se destacava por seus trabalhos manuais, como roupas que confeccionava, dotes culinários e pinturas.

Manteve a fé sempre acesa e passou a se envolver ainda mais em eventos da igreja quando mudou de religião e passou a se identificar como evangélica. Lá, ela também gostava de ajudar na organização de eventos, principalmente, com a decoração.

Em casa, mantinha a religião viva e rezava todos os dias. “Não se mexia em um prato ou talher sem orar a Deus”, afirma o marido.

A família lembra que ela mantinha um gosto musical vasto, que incluía Elvis Presley, Beatles e Bee Gees. “A gente tem uma vasta herança musical”, diz o filho Arlem.

A família brinca que a mãe adquiriu tantos CDs que não seria possível ouvir toda a coleção em uma semana inteira.

Manter a família em volta da mesa era um dos princípios de vida. Por isso, churrasco não era muito bem-vindo, porque as pessoas ficavam muito dispersas. “Era o momento de a família confraternizar e conversar”, lembram o filho.

Vaidosa, ela tinha o costume de enrolar os cabelos com bobes e dormir de touca. No dia seguinte, os cabelos amanheciam cacheados. Na rotina de beleza, era obrigatório batom, pó compacto e rímel, além de a roupa estar sempre impecável, cheirosa e com as unhas feitas.

A família brinca que ela era como uma centopeia de tantos pares de sapatos que tinha em casa. E, mesmo nos últimos meses de vida, gostava de se manter bonita. Por isso, só autorizou ter visita quando teve o cabelo pintado. “Agora, sim, podem me visitar”, disse ela, enfim satisfeita com o visual arrumado.

Zazaia morreu no dia 18 de fevereiro, aos 79 anos, em decorrência de sequelas de um AVC. A família prefere se referir à partida da matriarca como “uma viagem fora do combinado”. Ela deixa o marido, os três filhos, as irmãs, os dez netos e dois bisnetos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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