O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) anunciou nesta quinta-feira (17/4) o fim da greve de fome que mantinha há oito dias em protesto contra a cassação de seu mandato, aprovada pelo Conselho de Ética da Câmara. Ele ingeriu apenas soro, isotônico e água, perdendo cerca de cinco quilos.
A decisão ocorreu após reunião com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que se comprometeu a dar 60 dias de prazo após a análise do recurso na CCJ antes de levar o caso ao plenário – o que adiaria a votação para o segundo semestre.
Participaram da negociação a ministra Anielle Franco, líderes do PT e PSOL, como Lindbergh Farias e Talíria Petrone, e a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), esposa de Glauber. O parlamentar tem até 22 de abril para entrar com recurso na CCJ.
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Em suas redes sociais, Hugo Motta afirmou que, após o trâmite, os deputados decidirão “soberanamente” sobre o processo. Talíria Petrone destacou que o acordo foi fruto de pressão de movimentos sociais e defendeu a manutenção do mandato de Glauber.
Glauber é acusado de agredir um integrante do MBL durante conflito no Congresso em 2024, mas alega que a cassação é retaliação por suas críticas ao orçamento secreto e a Arthur Lira (PP-AL). Ao encerrar o protesto, o deputado afirmou que a luta contra a “perseguição política” continuará: “Não estamos suspendendo a luta pela responsabilização dos assassinos de Marielle [Franco] ou dos golpistas”. O caso agora depende da CCJ e, posteriormente, do plenário, onde serão necessários 257 votos para cassação.