No mesmo dia em que o presidente da Câmara de Goiânia, Romário Policarpo (PRD), assumiu a prefeitura da Capital, o gestor em exercício articulou com vereadores da Casa para discutir projetos da gestão de Sandro Mabel (União Brasil), nesta última quarta-feira (16). A reunião marca a primeira agenda política do presidente da Câmara em alinhar contenciosos da prefeitura com parlamentares da Casa, desta vez como gestor do município.
Durante a coletiva de imprensa da concessão do Distrito de Esportes e Entretenimento do Complexo Serra Dourada (Serra Dourada), Policarpo afirmou que recebeu os vereadores da Casa em uma visita “cordial” para discutir a gestão.
Nos bastidores, Mabel tem sido atacado por atropelar o legislativo goianiense em querer construir projetos sem a participação devida pela Câmara, como na tentativa frustrada de enviar um aporte de R$ 120 milhões para a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), ao qual recebeu críticas da oposição, e como conta fontes ouvidas pelo jornal, ruídos da base. Com isso, a viagem de Mabel e a vice Cláudia Lira (Avante) pode ter sido vista como um momento oportuno para ambos os lados sentarem à mesa e discutir contenciosos da gestão.
“Então na verdade foi só uma visita cordial dos vereadores, como fizeram outras vezes que eu assumi a casa e na verdade esse agradecimento da Câmara ele se estende ao prefeito de Santo Mabel por ter concedido a Câmara Municipal oportunidade”, afirmou.
Apesar desses descompassos, Romário afirmou que a relação entre os poderes “é boa” apesar das eventuais discordâncias. “É lógico que questionamentos, e discordâncias vão acontecer em qualquer tipo de relacionamento na política. Isso é normal, uma cidade que deseja crescer, uma cidade que enfrenta muitos problemas, a discordância ela vai ser rotineira. Mas o que eu posso te dizer é que a Câmara acredita no prefeito, porque a Câmara é um reflexo daquilo que a cidade deseja.
Segundo afirmou o prefeito em exercício na coletiva, deve tramitar um projeto na Câmara um projeto de regulamentação do pagamento das emendas impositivas dos vereadores pelo orçamento de 2025 da prefeitura de Goiânia. O projeto de lei deve conter novas regras para a criação do pagamento que visam uma maior transparência, aos moldes do que foi acordado entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional.
Anteriormente, um embate entre os poderes ocorreu no mês de março quando Mabel expressou resistência ao pagamento dos 2% das emendas impositivas. A declaração causou ruídos em vereadores da base que discutiram em portas fechadas sobre assunto, como contou o Jornal O HOJE na época.
Agora, um novo projeto está em execução pela Mesa Diretora da Câmara com mudanças como a permissão do remanejamento do orçamento pela gestão caso uma emenda proposta por um parlamentar seja rejeitada ou não se enquadre dentro do projeto de lei.
“Essa minuta [da regulamentação das emendas] está sendo feita pela minha equipe na Câmara, um projeto exclusivo da Câmara Municipal. Eu tive uma conversa com o prefeito Sandro Mabel sobre o tema, e ele deseja exatamente a mesma coisa que nós vereadores desejamos, uma regulamentação clara da forma que serão pagos as novas emendas. Então a gente tá fazendo um projeto que mistura aquilo, que já tem no Congresso Nacional.”
