Aonde Foi Que Me Perdi?

Reflexões sobre escolhas, falhas e a ausência de atalhos no caminho do sucesso.

Em algum momento da vida, todos nós nos deparamos com um silêncio incômodo — aquele em que nos perguntamos, com um certo aperto no peito: “Aonde foi que eu me perdi?”

Essa não é uma pergunta superficial. Ela surge quando os dias passam rápidos demais, quando as conquistas deixam de ter gosto, e quando até mesmo os sonhos parecem distantes ou irrelevantes. Quando olhamos para trás e percebemos que, no meio do barulho das obrigações e da correria, nos desconectamos de quem somos de verdade.

Perder-se não acontece de repente. É um processo sutil. Acontece quando dizemos “sim” ao que não nos representa. Quando ignoramos os sinais do corpo, da mente e da alma. Quando escolhemos o caminho mais fácil, acreditando que seria o mais rápido, sem perceber o quanto ele nos afasta do nosso propósito.

A ilusão dos atalhos

Vivemos em uma era imediatista, onde a ideia de sucesso está frequentemente associada à velocidade. Somos estimulados a buscar resultados rápidos, fórmulas prontas, passos replicáveis. Mas o sucesso verdadeiro — aquele que é construído com propósito, consistência e integridade — não se alcança com atalhos.

Tentar encurtar o caminho, muitas vezes, nos leva a escolhas que comprometem nossa autenticidade. No esforço de chegar mais rápido, deixamos para trás partes essenciais de quem somos. E quando nos damos conta, já estamos distantes demais de onde gostaríamos de estar — e, pior, de quem gostaríamos de ser.

As falhas como parte da jornada

Errar faz parte. Não há evolução sem tropeços. Mas há uma diferença entre errar e permanecer desconectado de si. Quando tomamos decisões baseadas no medo, na comparação ou na necessidade de aceitação, acabamos nos moldando a padrões que não são nossos.

Essas falhas, por mais difíceis que sejam, têm um papel fundamental: elas nos ensinam. Cada decisão equivocada carrega uma lição. Cada queda nos oferece uma nova perspectiva. E é justamente nesse processo de desconstrução que muitas vezes encontramos o início da reconstrução.

Reencontrar-se exige coragem

Refletir sobre o ponto de ruptura exige maturidade emocional. É desconfortável olhar para dentro, reconhecer equívocos, assumir responsabilidades. Mas esse movimento é essencial para quem deseja recomeçar com mais consciência.

Reencontrar-se não significa voltar ao ponto de partida. Significa se redescobrir com mais clareza. É um processo de alinhamento entre o que somos, o que fazemos e o que desejamos construir.

O sucesso exige presença

A verdade que poucos dizem — mas que a vida insiste em nos mostrar — é que o sucesso duradouro não se constrói na pressa. Ele nasce da presença. Da escuta ativa de si mesmo. Da constância. Do esforço diário e silencioso. Do respeito ao próprio tempo.

E se hoje você sente que se perdeu, talvez essa seja a sua oportunidade de fazer uma pausa. Respirar fundo. Refletir com honestidade. E iniciar, com mais maturidade e intenção, o caminho de volta — não a quem você era, mas a quem você sempre foi, antes de se moldar ao mundo ao redor.

Porque, no fim das contas, perder-se é parte do processo.
Mas reencontrar-se… é a parte mais bonita dele.

Escritora Jaqueline Pereira Bacharel em Administração de empresas, Pós graduada em Gestão Estratégica de Pessoas, Pós graduada em Psicologia Organizacional e graduada em Logística

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