Religiões no Brasil lamentam morte do papa Francisco – 21/04/2025 – Cotidiano


Entidades religiosas de fora do catolicismo no Brasil se manifestaram nesta segunda-feira (21) com notas de pesar pela morte do papa Francisco, o primeiro latino-americano a chefiar a Igreja Católica. As homenagens vieram de vários segmentos, tanto de orientação cristã como também judeus e muçulmanos.

A postura do papa a favor do diálogo entre religiões e o combate ao preconceito foi um ponto em comum entre várias dessas manifestações.

A Conib (Confederação Israelita do Brasil) caracterizou a morte de Jorge Mario Bergoglio como “grande perda para a humanidade” e destacou sua viagem ao campo de extermínio nazista de Auschwitz, sua postura contra o antissemitismo, o racismo e o discurso de ódio em geral, além do trabalho em prol do diálogo inter-religioso.

“O papa Francisco, com seu carisma e visão inclusiva, tocou o coração das pessoas em seu papado transformador”, afirmou a Conib, que manifestou solidariedade aos fiéis católicos. “Que seu legado continue a nos guiar na busca por um mundo mais humano, justo e pacífico.”

A Fambras (Federação das Associações Muçulmanas do Brasil) lembrou a aproximação da Igreja Católica com o Islã promovida por Francisco, citando os encontros do papa com o grande imã de Al-Azhar, Ahmad al-Tayyeb, um dos clérigos sunitas mais reverenciados do mundo

Ambos “reafirmaram o entendimento das duas religiões sobre seus esforços em prol da paz”, afirmou a Fambras. A federação manifestou o desejo de que “seu exemplo de fraternidade siga inspirando pessoas de todas as religiões na construção de um mundo melhor”.

Já Federação Israelita do Estado de São Paulo ressaltou “o legado de um líder incansável” na luta contra “todas as formas de intolerância”. A entidade classificou o papado de Francisco como “um farol de esperança em tempos de crescente intolerância”.

O Congresso Judaico Latino-Americano, que representa as comunidades judaicas do continente junto a órgãos públicos e políticos, destacou seus esforços pela coexistência pacífica das religiões. “Tivemos o privilégio de trabalhar junto a ele, lado a lado, em iniciativas que promoveram o entendimento mútuo, a dignidade humana e a paz”, afirmou a entidade, em nota.

A comunidade xiita no Brasil também manifestou pesar. “O papa Francisco não apenas renovou o espírito da Igreja Católica, mas também estendeu um gesto de respeito e proximidade a outras tradições religiosas, abrindo caminhos de entendimento entre religiões que estiveram separadas por séculos”, disse, em nota, o Centro Cultural Imam Hussein, do Rio de Janeiro.

O centro cultural também destacou o encontro do papa com o aiatolá Ali al-Sistani, um dos principais líderes religiosos entre os muçulmanos xiitas, em 2021 no Iraque. “Recordamos com gratidão seu incansável trabalho em favor dos mais vulneráveis, sua coragem ao enfrentar a injustiça social e sua constante mensagem de amor ao próximo.

Na comunidade evangélica, o apóstolo Estevam Hernandes —líder da Igreja Renascer em Cristo— divulgou nota lamentando a morte do papa e desejando conforto àqueles que sofrem com a perda. “Independentemente de crença ou denominação, reconhecemos que o Papa Francisco foi um grande homem de Deus, cuja vida foi marcada pelo amor ao próximo, pela defesa da justiça, da paz e da dignidade humana”, escreveu Hernandes.

A Federação Espírita Brasileira afirmou, em nota, que Bergoglio foi um “dedicado irmão na doutrina cristã que aproximou fieis católicos e de outras denominações religiosas pelo exemplo de amor, humildade e fraternidade”. A entidade ressaltou o fato de ele ter sido o primeiro não-europeu em mais de um milênio a ocupar o cargo e lembrou seus esforços em prol da “pauta das mudanças climáticas e das ações diplomáticas pela paz entre os povos, assim como a causa dos refugiados”.



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