Uma semana depois de culpar Xi Jinping pelo prolongamento da guerra tarifária que anestesiou o comércio mundial —”A bola esta com a China”—, Trump responsabilizou Jerome Powell, presidente do Fed, o banco central americano, pela provável ruína dos Estados Unidos. Previu que a economia vai desacelerar, “a menos que o ‘Senhor Lento Demais’, um grande perdedor, reduza as taxas de juros agora”.
Xi Jinping e Jerome Powel têm algo em comum. Ambos armaram-se de paciência. Recusam-se a lidar com Trump à moda Trump. O presidente chinês exige “respeito” antes de sentar à mesa. E ameaça impor sanções recíprocas a países que fecharem com Washington acordos prejudiciais a Pequim. O chefe do Fed diz não ter pressa para reduzir os juros. Os vapores produzidos sob Trump encobriram-lhe as certezas.
Trump tornou-se uma ruína autossufuciente. Ele mesmo prometeu acabar com a inflação, ele mesmo adotou ações inflacionárias, ele mesmo se absolveu preventivamente do baque que está por vir. Incorporou à sua retórica dois raciocínios toscos.