Num país onde a sensação de insegurança cresce na mesma proporção que os índices de violência urbana, a segurança pública volta a ocupar o centro do debate político. Pesquisas recentes apontam que a principal preocupação do brasileiro está diretamente relacionada ao aumento da criminalidade.
Roubos, furtos, homicídios e o avanço do crime organizado se tornaram parte da rotina em muitas cidades, afetando o cotidiano da sociedade brasileira como um todo. De acordo com pesquisa do Instituto Datafolha, 58% dos brasileiros, por exemplo, acreditam que a criminalidade aumentou nos últimos 12 meses. Outro dado alarmante é o crescimento dos estelionatos. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, esse tipo de crime teve um aumento de 360% entre 2018 e 2023, totalizando quase 2 milhões de casos registrados em um único ano.
Outro recorte, dessa vez do PoderData, revelou que 70% dos brasileiros desconfiam do trabalho policial — 51% dizem confiar pouco, e 19% afirmam não confiar. Apenas 22% demonstram plena confiança na atuação das forças de segurança.
Em meio a esse cenário de tensão, ganha força a figura de políticos que colocam o combate à violência como prioridade em suas agendas — entre eles, está o governador de Goiás, Ronaldo Caiado. O gestor, que é pré-candidato à presidência da República, é hoje uma das principais vozes da direita quando o assunto é segurança. Sua trajetória política sempre esteve alinhada com pautas de endurecimento contra o crime, e, em seu estado, os números, de fato, jogam a seu favor.
Goiás figura entre as unidades da federação com os melhores índices de segurança do país, resultado de uma política de enfrentamento direto ao crime, investimento em tecnologia, valorização das forças policiais e uma gestão focada em resultados.
O governador não esconde que vê a segurança como sua principal bandeira. Em discursos e entrevistas, costuma dizer que o cidadão de bem precisa voltar a se sentir seguro, e tem se posicionado com dureza contra o que chama de “conivência institucional com o crime”.
Esse discurso encontra eco numa população cada vez mais descrente na capacidade do Estado de proteger seus cidadãos. A combinação entre resultados positivos em seu estado e uma retórica dura, porém pragmática, pode colocar Caiado em posição estratégica no tabuleiro eleitoral de 2026.
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Num momento em que o Brasil busca referências que transmitam segurança — em todos os sentidos do termo —, Caiado surge como um nome que personifica essa demanda. Se por um lado a polarização política do país tende a fragmentar o eleitorado, por outro, a pauta da segurança tem potencial de aglutinar setores distintos da sociedade em torno de uma mesma urgência: a de não permitir que o crime avance. E é nesse terreno, onde o pragmatismo supera a ideologia, que o projeto nacional de Ronaldo Caiado pode ganhar musculatura.
Com a criminalidade em ascensão em diversas regiões e a sensação de impotência do Estado diante do poder do crime organizado, cresce o espaço para lideranças que se mostram dispostas a enfrentar o problema de frente — não com promessas vagas, mas com ações que já apresentaram resultados concretos. Caiado, ao que tudo indica, pretende usar, cada vez mais, essa credencial como diferencial em sua caminhada rumo ao Palácio do Planalto.
Na corrida
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), lançou oficialmente sua pré-candidatura à presidência da República no dia 4 de abril em um grande evento no Centro de Convenções de Salvador, na Bahia.
Diante de lideranças políticas e milhares de apoiadores, ele iniciou sua caminhada nacional destacando a gestão goiana como modelo de administração pública. A cerimônia teve início com um batuque em ritmo de samba-reggae e o gestor apareceu nos braços dos apoiadores.