A apresentação de Lady Gaga no último sábado (3), que levou 2,1 milhões de pessoas à Praia de Copacabana, no Rio, entrou para a história como o maior show de uma artista feminina no mundo. Mas, após o encerramento da performance, o público viveu um cenário caótico. A estação de metrô Siqueira Campos, na Zona Sul da cidade, não suportou a demanda, e milhares de fãs relataram tumulto, desorganização e uso de spray de pimenta pela Guarda Municipal.
Nas redes sociais, a hashtag com o nome da estação rapidamente se tornou um dos assuntos mais comentados, com vídeos e relatos que expunham a dificuldade de dispersão da multidão. Houve registros de desmaios, pessoas prensadas contra grades e confusão generalizada.
Internautas relataram que apenas um acesso estava disponível para entrada na estação, o que causou longas filas e lentidão no fluxo. Além disso, o tráfego de veículos seguia liberado em diversas ruas próximas, dificultando ainda mais o deslocamento dos pedestres.
“Eu saí do show por volta da 0h30 e só consegui embarcar no metrô às 4h da manhã. Fiquei horas espremida, sem circulação de ar, com gente passando mal. Tinha policial usando spray de pimenta numa multidão lotada”, escreveu uma espectadora nas redes sociais.
Imagens compartilhadas online mostram a aglomeração no entorno da estação e a tentativa frustrada do público de acessar o transporte. Turistas pareciam desorientados em meio à confusão, enquanto outros relatavam quase terem sido pisoteados.
Mesmo com trens circulando em intervalos curtos, a demanda era superior à capacidade de atendimento da concessionária. Viaturas, ambulâncias, caminhões e carros particulares estacionados na região complicaram ainda mais a mobilidade no entorno.
A operação de retorno, organizada pela Prefeitura do Rio, foi alvo de críticas pela falta de planejamento adequado para um evento de grandes proporções. Até a manhã deste domingo (4), nenhuma nota oficial havia sido emitida pelo poder público sobre os incidentes.
O show de Lady Gaga, gratuito e ao ar livre, marcou o retorno da artista ao Brasil depois de mais de uma década. A magnitude do evento, no entanto, expôs novamente os desafios estruturais da cidade em lidar com grandes aglomerações urbanas.