A família da goiana Amanda Borges da Silva, assassinada no Japão no início de maio, iniciou uma campanha de arrecadação para trazer o corpo da jovem de volta ao Brasil. Natural de Caldazinha, Amanda foi encontrada morta em um apartamento próximo ao Aeroporto Internacional de Narita, em Tóquio. O traslado dos restos mortais pode ultrapassar R$ 70 mil — valor que a família não tem condições de arcar sozinha.
Segundo os familiares, cerca de 70% do custo total — equivalente a R$ 55 mil — precisa ser arrecadado por meio de uma vaquinha online. Os outros 30% serão cobertos pelo Gabinete de Assuntos Internacionais de Goiás (GAI), por meio do programa de auxílio funerário destinado a goianos mortos no exterior.
“Infelizmente, o valor disponibilizado pelo governo não cobre todos os serviços. Por isso, estamos pedindo ajuda para conseguir trazer a Amanda de volta para casa”, desabafa Valdeina Borges da Silva, mãe da vítima. As doações podem ser feitas via PIX para a chave (62) 99570-9612, registrada em nome de Valdeina e vinculada ao banco Nubank.
Crime e suspeito
Amanda, de 30 anos, foi encontrada morta no dia 1º de maio com sinais de asfixia por fumaça. A principal suspeita é de que ela tenha sido dopada e deixada para morrer queimada. Um homem de nacionalidade indiana, identificado como Abeysuriyapatabedige Pathum Udayanga, de 31 anos, foi preso pelas autoridades japonesas. Ele já tinha passagens pela polícia local e é apontado como principal suspeito do crime.
Processo lento e burocrático
Segundo Giordano de Souza, chefe do GAI, a família optou pela repatriação do corpo — procedimento mais caro e burocrático que a cremação e envio das cinzas, que é a alternativa custeada integralmente pelo governo estadual. “O auxílio do Estado tem valor fixo e segue critérios legais de economicidade e impessoalidade. Quando há complementos, a família precisa arcar”, explicou.
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O processo envolve ainda a coordenação com o consulado brasileiro em Tóquio, o que demanda tempo por causa do fuso horário, da distância e da necessidade de orçamentos aprovados por prestadores autorizados.
Itamaraty não cobre traslado
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores esclareceu que, embora ofereça assistência consular e orientação às famílias, não arca com os custos de traslado de corpos de brasileiros falecidos no exterior, conforme previsto no Decreto nº 9.199/2017. O consulado brasileiro em Tóquio está acompanhando o caso e prestando o apoio necessário à família.
Enquanto os trâmites oficiais seguem seu curso, os familiares de Amanda contam com a solidariedade para conseguir dar um último adeus à filha única — agora com a esperança de trazê-la de volta para casa.