Condutor de ônibus que atropelou estudante presta depoimento

Uma tragédia que comoveu a cidade de Belém. Assim pode ser resumido o caso da morte do estudante Kaique de Souza Pinheiro Mesquita, de 16 anos, que cursava o 1º ano do Ensino Médio no Colégio Santa Rosa, no bairro de Batista Campos, em Belém. Ele morreu após ser atropelado por um ônibus na última sexta-feira (30).O motorista do ônibus envolvido no acidente presta depoimento na manhã desta quarta-feira (4), ao delegado Arthur Nobre, da Seccional Urbana de Polícia Civil do Comércio, onde corre o inquérito que apura as circunstâncias da tragédia que resultou na morte do estudante.CONTEÚDO RELACIONADO:Vídeo: estudante morre atropelado por ônibus em Batista CamposAmigos e familiares homenageiam aluno morto em acidenteCom exclusividade, o DOL entrevistou a defesa do motorista, que acompanha o caso e o depoimento do trabalhador à Polícia Civil do Pará. Segundo o advogado Agnaldo Corrêa, o rodoviário está bastante abalado com todo o ocorrido.”O abalo emocional é imenso, intenso, chora muito e não dorme. [Ele está] completamente nervoso, preocupado e triste”, afirma o advogado, que atua na defesa da vítima de forma solidária, por ser amigo do motorista e da família há anos.Quer mais notícias do Pará? Acesse nosso canal no WhatsApp!Agnaldo Corrêa também informou que o motorista possui quase 40 anos de trabalho como rodoviário e nunca havia se envolvido em acidentes como este. Somente na empresa de transporte Nova Marambaia, a qual pertence o ônibus envolvido, são mais de 30 anos de vínculo, onde, segundo o advogado, o condutor era tido como “excelente profissional”.Desde o ocorrido, o motorista do ônibus está de licença médica, afastado do trabalho.Indagado sobre os cinco dias que se passaram desde o acidente até esta quarta-feira, data em que ocorre a apresentação do motorista às autoridades policiais, o advogado ressalta que isso se deve por uma série de informações desencontradas sobre em qual unidade policial o inquérito seria instaurado e outras limitações quanto ao próprio horário de funcionamento da delegacia no fim de semana.”Segunda foi que localizei a delegacia. Tinham dito que seria circunscrição da Delegacia do Jurunas, aguardei até 11h para saber que seria na Seccional Urbana do Comércio. Inclusive, cheguei a fazer um habeas corpus preventivo por medo do ‘efeito surpresa’ e ‘condenação midiática’. Tentei levá-lo na delegacia no final de semana, porém, a mesma só funciona no horário de expediente, e ontem (terça-feira) o delegado estava em atividade externa da delegacia”, justificou o advogado.RELEMBRE O ACIDENTEImagens de câmeras de monitoramento registraram o momento do acidente no início da tarde da última sexta-feira (30) e serão utilizadas pelas autoridades para esclarecer o caso. Nas cenas, Kaique aparece atravessando a rua dos Tamoios pouco à frente do coletivo da linha 229 – Pedreira-Condor. O estudante aparenta sinalizar para que o motorista pare o ônibus e ele possa embarcar.No entanto, durante a manobra de curva para acessar a travessa dos Apinagés, a lateral do veículo acabou atingindo o jovem. Assim, ele foi atropelado e ficou embaixo do ônibus até ser retirado por equipes do resgate do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ele foi socorrido com vida, mas morreu no hospital.

O velório ocorreu no último sábado (31) e o sepultamento foi realizado no domingo (1º). Familiares de Kaique afirmaram que ainda não tinham sido procurados pela empresa de ônibus envolvida no acidente e ressaltaram que aguardavam pela apresentação do motorista às autoridades policiais. Na terça-feira (3), estudantes, professores e demais funcionários do Colégio Santa Rosa fizeram uma singela homenagem ao estudante em frente à escola particular.O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel), do qual a empresa de ônibus faz parte, informou que expressa solidariedade à vítima e aos familiares.

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