Fake news é uma ameaça para a saúde

A desinformação é colocada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das principais ameaças à saúde global. Inclusive, a disseminação de informações falsas, potencializada pelas redes sociais, pode afetar o comportamento da população na adoção de medidas de prevenção contra doenças.Como exemplo disso, o recente caso da médica Lana Almeida, que divulgou um vídeo em suas redes sociais afirmando que câncer de mama não existe, além de que o exame de mamografia causa inflamação nas mamas.Conteúdos relacionados:“Fofoqueiros” recebiam R$ 2 mil para espalhar fake newsNotícias falsas podem te enganar? Saiba como se proteger!Médica paraense terá que comprovar documentação no CRM-PACâncer de mama: TJ ordena que médica paraense exclua vídeosEm resposta, entidades como a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) Regional, Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) se posicionaram. Em nota, na quinta-feira (31), o CBR reafirmou a segurança e a eficácia do exame na prevenção da doença.Já na sexta-feira (01), em decisão liminar, o Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), proibiu que a médica Lana Almeida mantenha publicações nas redes sociais com informações falsas sobre câncer de mama. A ação foi movida pelo CBR.O médico Hélio Franco, da coordenação da Saúde da Criança da Secretaria de Saúde do Pará (Sespa), ressaltou os impactos das fake news na área da saúde, individual e coletiva. Ele comenta que as informações falsas prejudicam pacientes em tratamento e usa como exemplo, o auge da pandemia de Covid-19, em 2021, quando a desinformação desqualificava medidas de segurança como o uso de máscaras e a vacinação.Quer saber mais notícias do Brasil? Acesse nosso canal no WhatsappNaquele ano, a desinformação teve impacto na queda da cobertura vacinal, já que o Brasil atingiu a menor cobertura em 20 anos, colocando vidas em risco. Hélio Franco relembra que, em 2021, cerca de 50 gestantes faleceram pouco após o parto, em decorrência da Covid-19, porque foram induzidas a não se vacinarem.“E nós temos, até hoje, etnias indígenas que não aceitam tomar vacinas, não só contra a Covid-19, como contra outras doenças. Este é o impacto do negacionismo em respeito às vacinas. Outro exemplo é a baixa adesão à vacina contra o HPV, aqui no Estado muitas crianças estão deixando de ser vacinadas por conta de informações falsas acerca do imunizante”.Sobre a desinformação propagada a respeito do câncer de mama, Hélio Franco explica que o câncer é causado por mutações, que são alterações da estrutura genética (DNA) das células, portanto, sem ligação com a realização de exames como a mamografia. “Agora você imagina uma mulher que precisou fazer a retirada cirúrgica da mama, vendo informações como essa, de uma profissional da área da saúde. É realmente algo dramático”.Narrativas falsas também podem impactar políticas públicas e investimentos na área da saúde, pondera o médico, que cita novamente o investimento tecnológico e financeiro no caso da aquisição dos imunizantes contra a Covid-19. Segundo o Ministério da Saúde, devido ao negacionismo e baixa procura, cerca de 39 milhões de doses do imunizante em estoque perderam a validade entre os anos de 2021 e 2023.“A orientação é que sempre que você ver algo extraordinário, fora do habitual em relação a tratamentos, sobre saúde, você deve conferir a informação em fontes confiáveis como o Ministério da Saúde, Fiocruz e a própria imprensa”.ServiçoIdentifique notícias falsas Confira se a fonte é confiável. Procure informações em sites oficiais e reconhecidos sobre saúde. Verifique se fontes com credibilidade abordam o mesmo tema. Verifique a data de publicação. Grupos de desinformação frequentemente usam informações verdadeiras fora do contexto. Cheque se a publicação é atual e se o conteúdo está contextualizado corretamente. Desconfie de narrativas apelativas e sensacionalistasDesinformação geralmente usa um tom dramático para gerar medo, dúvida ou indignação. Fique atento a adjetivos exagerados. Pesquise fatos e números citados. Verifique os dados apresentados em sites oficiais. A internet disponibiliza dados públicos para consulta. Fake news frequentemente citam médicos renomados ou universidades famosas. Pesquise essas fontes em sites de busca confiáveis.Fonte: Agência Gov
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