As Leis Propulsoras e as Leis de Resistência

Quais São as Leis Propulsoras e da Resistência? Que Problemas da Sociedade Que se Eternizam Por Que as Forças da Resistência Superam as Forças da Necessidade? Por Que as Organizações Devem Buscar a Melhoria Contínua?

Existem três (3) leis da natureza humana que podem ser relacionadas pelo sentido oposto que elas determinam; pois, uma dessas leis provoca reações de busca a soluções, promove a evolução e o progresso. Trata-se da Lei da Necessidade. As outras duas (2) leis seguram, freiam, acomodam e têm tendências a provocar o obsoletismo. São a Lei do Menor Esforço e a Lei da Resistência às Mudanças.

Essas leis são as grandes reguladoras da dinâmica das nossas vidas pessoais, da vida das organizações e da evolução das sociedades, as quais são os principais fatores que determinam os progressos ou os atrasos. O homem pode atuar sobre elas, visando acelerar os efeitos de uma e minimizar os efeitos das outras e, em muitas circunstâncias, precisará gerenciá-las a fim de influenciar na solução dos problemas e da evolução das coisas. Sem intervenção sobre elas, as evoluções tendem a ser lentas.

Muitos problemas da sociedade – distribuição de renda, melhoria da educação e diminuição da criminalidade – se eternizam porque as forças de resistências estão superando a força das necessidades e os governantes não gerenciam as situações, de forma a inverter esse resultado. Os aumentos da competitividade nos negócios e do nível de exigência dos consumidores impuseram necessidades de melhoria de produtos, serviços e atendimento. Isso determinou o advento de outros 2 movimentos: _ Qualidade, Qualidade Total e Melhoria Contínua. São três (3) programas direcionados para o desenvolvimento pessoal e organizacional voltados para resultados.

Esses importantes movimentos ainda estão repercutindo nas organizações, pois elas sentem mais de perto as pressões de mudanças e melhorias vindas do ambiente externo. A população e as organizações estão desenvolvendo a consciência e criando meios de pressionar os fornecedores de produtos e serviços. Todavia, falta-lhes desenvolver a consciência, os meios e as estratégias para pressionarem as instituições governamentais para serem competentes no encaminhamento e na solução dos problemas de interesse da coletividade.

O Movimento da Qualidade

 O movimento da qualidade que surpreendeu o mundo e se espalhou pelas nações industrializadas na década de 70, surgiu no Japão e foi resultado da necessidade de tornar toda a nação competitiva. O país impactou o mundo com a qualidade de seus produtos e conquistou os principais mercados mundiais, ameaçando a hegemonia americana no mercado mundial e provocando uma crise em sua indústria.

O impacto da qualidade e do preço dos produtos japoneses tiraram muitas empresas americanas do comodismo e, por causa desse movimento, o Japão chegou a ser a 2ª maior economia do mundo até recentemente. Embora provocado pelas indústrias, o movimento teve o envolvimento de todos os setores da sociedade. Começou com os Círculos de Controle de Qualidade e evoluiu para programas mais amplos como o Gerenciamento da Qualidade Total,

Por outro lado, o movimento pela Qualidade Total revolucionou o conceito anteriormente utilizado nas indústrias, o qual era focado no controle da qualidade dos produtos. Ele evoluiu no sentido de abranger os diversos aspectos da Qualidade que garantiriam a satisfação dos clientes:

  • Qualidades Básicas: do ambiente, dos serviços de apoio à produção e das pessoas.
  • Qualidades Fundamentais: dos processos e dos produtos.
  • Qualidades Complementares: dos serviços e do atendimento aos clientes.

Melhoria Contínua

Trata-se de uma filosofia de ação – denominada Kaizen – que prega a persistência e a continuidade na busca de melhorias em todas as atividades e, em todos os aspectos, das empresas e do trabalho a ser realizado. Deve-se buscar a melhoria contínua nos processos, produtos, serviços, na qualidade, produtividade, na organização, no atendimento aos clientes, nos planos e programas. Essa filosofia precisa ser levada para todas as pessoas e organizações, pelo que ela representa como forma de manter um ritmo constante de evolução das coisas e situações.

As pessoas não se dão conta de certas coisas importantes para suas vidas, enquanto a necessidade de recorrer a elas não surge e, depois que atentam para elas, fica-se com a impressão de que se trata de questões normais, familiares e óbvias. Essas sensações de algo familiar ocorrem porque essas ideias não são novas. A sua aplicação prática – de forma enfática e intensa – é que constitui a novidade.

As Principais Forças de Resistência

As resistências aos movimentos da qualidade e da melhoria contínua ainda são fortes, mesmo nas empresas que mais se empenham em buscar a excelência. O mesmo poderá acontecer em relação ao movimento da competência e, algumas dessas forças, podem ser as seguintes:

  • Miopia dos gerentes em relação a fatores que geram qualidade e produtividade. Predomina uma cultura tecnicista, forjada nas escolas técnicas e nas universidades que formam técnicos de nível superior, que valoriza mais as instalações, os processos e os procedimentos do que o fator humano e a liderança.
  • Predomínio de comportamento imediatista nas organizações e tendência de sair fazendo as coisas apressadamente. Quase todo novo serviço ou encomenda é “para ontem” e quase sempre o urgente atropela o importante. O senso de prioridade é pouco encontrado.
  • Ênfase aplicada à atuação operacional, planejar não constitui ainda um ponto forte nem das organizações nem dos indivíduos. Ainda se vê gerentes dizerem o contrassenso de que não podem parar de produzir para planejar ou treinar. Como se planejar e treinar não fossem condições necessárias para melhorar resultados.
  • Pouca atenção à relação custo e benefício entre o nível de qualidade dos recursos envolvidos nos investimentos e a quantidade dos valores que podem agregar. Predomina uma mentalidade que se caracteriza pela preocupação com o fator custo (gastar o menos possível) e insuficiente com os fatores qualidade, produtividade e satisfação dos clientes.
  • No que se refere à liderança, observa-se organizações que valorizam nas chefias os papéis de “tocadores” de serviços ou produção, controladores e disciplinadores. Dessa forma, a competência de liderança ainda está por ser desenvolvida.

Consequências  

As consequências desses hábitos nas organizações se traduzem pela grande quantidade de retrabalhos, enormes desperdícios de tempo, materiais, energia e potencial humano. Além disso, outras consequências desses hábitos são as reduções dos lucros, as numerosas reclamações dos clientes e – muitas vezes – a perda dos mesmos. Ser exigente com a qualidade, com a produtividade e buscar a melhoria contínua faz parte do rol de competências modernas não apenas dos gerentes, mas de qualquer profissional.

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