Reeleição de Donald Trump: manutenção de políticas imperialistas ameaçam o mundo

Após quase destruir a economia americana, Donald Trump é reeleito presidente dos EUA com a expectativa de fazer um governo ainda mais reacionário e antipovo.

Clóvis Maia | Redação Pernambuco


INTERNACIONAL – Com a reeleição de Donald Trump para a presidência dos EUA, teremos o retorno de uma política fascista que fortalece a extrema-direita em vários países. Pretende-se manter o apoio financeiro e bélico ao genocídio palestino promovido pelo Estado ilegítimo de Israel.

E de certa forma ainda pretende mudar o foco de quais lutas devem ser feitas, como o enfraquecimento do apoio a guerra da Ucrânia, um embate economicamente mais focado na China, e um foco em intervir mais severamente na geopolítica da América latina, como Cuba e Venezuela.

Não que as coisas estivessem melhorando com Joe Biden à frente do maior país imperialista do mundo, mas agora, vemos num horizonte bem perto, que o mínimo de diálogo será sufocado pelas políticas fascistas do governo Trump.

Vejamos algumas das políticas fascistas que devem ser encabeçadas pelo bilionário nos próximos meses:

  • Intensificação do genocídio e da anexação das terras Palestinas à Israel: em janeiro de 2020, antes de perder as eleições para Joe Biden, Trump se reuniu com Benjamin Netanyahu para apresentar um “plano de paz no Oriente Médio”. Chamado de “Plano de Paz” por Trump, a proposta visava anexar todos os territórios palestinos para Israel, que criaria um muro cercando o “mini estado” Palestino que ficaria na periferia, sendo tudo controlado oficialmente pelo estado de Israel.

Vale lembrar que em julho desse ano, antes da corrida eleitoral, Benjamin Netanyahu e Trump protagonizaram um novo encontro oficial, quatro anos após Trump ter deixado o cargo e se preparar para concorrer ao mesmo.

O encontro ocorreu na casa de Trump e debateu como apoiar ainda mais o genocídio em Gaza. Um dia depois, obviamente, Netanyahu se reuniu com o então presidente Biden e a sua vice, Kamala, na época cotada para disputar a vaga. Como dizia Che, “no imperialismo não se pode confiar nem um tantinho assim”;

Em 2016 em visita histórica a Cuba, o então presidente Barack Obama admitiu que os mais de 50 anos de bloqueio econômico não tinham vencido o sistema social da ilha.

Ou seja, a tática teria que ser outra, o que não deixou de ser a confissão do fracasso do imperialismo em uma de suas mais violentas políticas econômicas.

Com a eleição de Trump em 2016 toda a repressão voltou-se contra a ilha, alvo dos magnatas americanos. Após perder a reeleição para Biden, Trump tratou de engrossar ainda mais o caldo contra a ilha socialista: após Biden anunciar que retomaria os diálogos do governo Obama, Trump tratou de colocar Cuba na lista de países patrocinadores do terrorismo, proibiu que americanos se hospedassem nos hotéis estatais quando estivessem de férias na ilha, mandou fechar centenas de agências americanas que haviam se instalado em Cuba, além de proibir empresas de fazerem negociações com o país, entre outras sanções.

Ao todo foram 243 sanções unilaterais do governo Trump em seus 4 anos de mandato. As relações diplomáticas foram retomadas com o governo Biden, mas ficaram só nisso. Além da pandemia do COVID 19 se evidenciou que a política de Biden era desestabilizar o governo cubano para tentar conquistar o poder na ilha, mas nem 4 anos de Trump e a pandemia foram capazes de abalar a determinação cubana de se manter livre das garras do Tio Sam.

Venezuela

Em junho de 2023 Trump afirmou que “teria invadido o país caso tivesse sido reeleito em 2020”. Em janeiro de 2019, Nicolás Maduro rompeu relações com os EUA após o governo Trump apoiar o golpe fracassado de Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente do país.

Mesmo Maduro tendo sinalizado estar disposto ao diálogo como novo mandado de Trump a situação não é garantida. Aliás, a política econômica americana em relação ao petróleo venezuelano é a mesma, seja partindo dos Democratas ou dos Republicanos.

Desde 2015 com Obama que as sanções contra a Venezuela são impostas pelos EUA e intensificadas ainda mais de 2017 para cá, amenizadas apenas pela guerra na Ucrânia e com a retomada do genocídio em Gaza, que mexeram no mercado internacional de petróleo.

Brasil

Após o resultado da eleição nos EUA o presidente Lula tratou de parabenizar o vencedor do pleito, seguindo a cartilha da social-democracia. Não fez um apontamento crítico ao processo eleitoral, longe de ser um exemplo para qualquer país quando se fala em democracia e participação popular e não demostrou nenhuma vontade em se posicionar contra o escancaradamente amigo de Jair Bolsonaro, parecendo reproduzir a mesma postura tomada em relação aos crimes ocorridos na tentativa de golpe em Brasília em 8 de janeiro de 2023, uma reprodução de janeiro de 2021 nos EUA, onde grupos de extrema direita, supremacistas brancos e ex-militares pró-Trump invadiram o Capitólio, sede do poder legislativo, deixando 5 mortos.

Bolsonaro, tornado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023 por abuso de poder e ter levantado usado os meios de comunicação oficiais da presidência para atacar as urnas eletrônicas e o processo eleitoral no Brasil.

Os caminhos do imperialismo

Vivendo em pleno imperialismo, a humanidade hoje confronta o fascismo, cão de guarda dos interesses da burguesia mundial. Com seu poderio ameaçado, os EUA vão manter elevado o tom belicista nessa nova partilha do mundo.

Para a classe trabalhadora, austeridade, repressão e arrocho salarial. Essa é a regra do jogo em mais um acréscimo de guerras escalando e ameaçando a paz mundial, o meio ambiente e todo o futuro.

A política alarmista de Trump e seus asseclas ao redor do mundo, se utilizando do pânico moral e das notícias falsas para rebaixar o debate político e propagar medo, são as novas armadilhas que temos que enfrentar nas ruas.

Por trás desse novo rearranjo institucional na maior economia capitalista do mundo, vemos os sintomas de um sistema que agoniza diariamente, incapaz de resolver as questões mais urgentes de nossos dias.

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