Fada Santoro, a primeira escrava Isaura do cinema, morre aos 100 anos

A atriz Fada Santoro, uma das grandes figuras do cinema nacional durante a era de ouro, morreu neste domingo (15), aos 100 anos, em sua casa no Leme, Rio de Janeiro. Ela havia recebido alta hospitalar após tratamento contra a Covid-19, doença que enfrentava há uma semana.

Santoro iniciou a carreira nos anos 1930 como bailarina em cassinos no Rio de Janeiro e em Niterói. Em 1937, fez suas primeiras participações no cinema como figurante em produções da Cinédia, reconhecida como a primeira grande produtora cinematográfica do Brasil.

Legado de Fada Santoro

Na década de 1940, consolidou sua trajetória nas chanchadas, gênero de comédia musical popular, atuando ao lado de nomes como Grande Otelo e Oscarito. Participou de produções de sucesso da Atlântida, como “Nem Sansão Nem Dalila” e “Barnabé, Tu És Meu”. Tornou-se conhecida como uma das principais mocinhas do cinema nacional e contracenou com atores renomados, como Cyll Farney.

Em 1949, Santoro foi a primeira atriz a interpretar a escrava Isaura no cinema. Além disso, integrou companhias de teatro musical e infantil, como a de Dulcina de Moraes. Com a chegada da televisão no Brasil, participou de programas ao vivo antes da popularização do videotape.

Na década de 1950, protagonizou filmes na Argentina, alcançando projeção internacional. Entretanto, afastou-se da vida artística no início dos anos 1960, após seu casamento com Michael Krymchantowski, com quem teve três filhos.

Entre seus últimos trabalhos, destacam-se uma participação na novela “A Rainha Louca”, da TV Globo, e um depoimento para o documentário “Assim Era a Atlântida”, dirigido por Carlos Manga. Este filme narra a história do estúdio cinematográfico mais importante do país.

Fada Santoro

Reclusa nos últimos anos, Santoro se dedicou à vida familiar. Raramente participava de eventos públicos ou concedia entrevistas. Contudo, no ano passado, compareceu a uma sessão especial de seu filme “A Escrava Isaura”, organizada na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro em comemoração ao seu aniversário de 99 anos.

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