Música: Claudia Leitte é acusada de racismo religioso

A alteração na letra da música “Caranguejo”, popularizada pelo grupo Babado Novo em 2004, trouxe repercussão após um show realizado em Salvador. No trecho original, que faz referência a Iemanjá, figura central em religiões de matriz africana como o Candomblé e a Umbanda, Claudia Leitte substituiu os versos “joga flores no mar, saudando a rainha Iemanjá” por “só louvo meu Rei Yeshua”, uma alusão ao nome hebraico de Jesus.A mudança gerou críticas de diversas figuras públicas. Pedro Tourinho, secretário de Cultura de Salvador, se posicionou contra a alteração, sendo apoiado por Ivete Sangalo. Recentemente, a escritora Bárbara Carine, vencedora do Prêmio Jabuti 2024, também comentou o assunto em suas redes sociais, sem citar diretamente Claudia Leitte.Conteúdo relacionado:Cláudia Leitte manda beijo para torcida do Papão em SalvadorDançarina de Claudia Leitte morre durante ensaioCláudia Leitte e Parangolé são atrações no CarnaréBárbara destacou o impacto da modificação no contexto cultural e religioso, afirmando que a substituição contribui para a demonização de elementos das religiões afro-brasileiras. Para ela, a atitude reflete práticas de “racismo religioso” e vai contra as raízes do axé, gênero musical fortemente influenciado pelas culturas de terreiro.Outro ponto de destaque foi a análise de Bárbara sobre uma possível motivação comercial para a polêmica. Segundo ela, a artista poderia estar buscando visibilidade ao adotar uma postura que ressoa entre setores mais conservadores da sociedade.Quer mais notícias dos famosos? Acesse o nosso canal no WhatsAppA música “Caranguejo” é uma das obras que traz referências à religiosidade afro-brasileira, algo presente no axé desde sua origem. A mudança no verso gerou questionamentos sobre como manifestações culturais e religiosas são tratadas no Brasil, especialmente em um contexto de crescente debate sobre diversidade e respeito às diferentes expressões de fé.
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