Edinho Silva é favorito para assumir a presidência do PT

O Partido dos Trabalhadores (PT) vive um momento de reestruturação interna após o anúncio do afastamento de Gleisi Hoffmann da presidência da legenda. A deputada federal, vai assumir a Secretaria-Geral da Presidência no governo Lula, deixa o cargo em um momento crucial para o partido, que se prepara para eleições internas em junho. No centro das movimentações está o ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, favorito para suceder Gleisi e liderar o PT em um período de desafios políticos e estratégicos.

Edinho Silva, que já foi ministro dos Esportes no governo Dilma Rousseff, tem o aval do ex-presidente Lula e é visto como um nome capaz de unificar as diferentes correntes internas do PT. Sua primeira missão será pacificar as disputas dentro da Construindo Um Novo Brasil (CNB), a corrente majoritária do partido, que reúne aliados históricos de Lula. Para isso, Edinho iniciará uma série de viagens pelo país, com o objetivo de dialogar com lideranças regionais e alinhar os interesses dos grupos que compõem a legenda.

No Rio de Janeiro, por exemplo, o PT enfrenta uma divisão silenciosa entre três grupos: o do prefeito de Maricá, Washington Quaquá, o da deputada Benedita da Silva e o da chamada “velha guarda” petista, liderada por Jorge Bittar. Em Minas Gerais, a situação também é delicada, com os deputados Reginaldo Lopes e Rogério Correia representando facções que ainda não estão alinhadas. A capacidade de Edinho em mediar esses conflitos será fundamental para garantir uma transição tranquila e fortalecer o partido para os desafios futuros.

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Além das disputas regionais, Edinho Silva enfrenta a concorrência interna de nomes como o deputado José Guimarães (CE), que já foi considerado um potencial adversário na disputa pela presidência do PT. No entanto, Guimarães perdeu força após o ministro Camilo Santana e o governador do Ceará, Elmano de Freitas, manifestarem apoio a Edinho. Esse respaldo reforça a posição do ex-prefeito de Araraquara como o candidato natural para assumir o comando do partido.

Saída de Hoffman

A saída de Gleisi Hoffmann do PT para integrar o governo Lula também exige um rearranjo na estrutura da legenda. A deputada, que vai assumir a Secretaria-Geral da Presidência no lugar de Márcio Macêdo, terá a tarefa de fortalecer a interlocução do governo com os movimentos sociais, uma área em que o PT tradicionalmente tem grande influência. Sua entrada no Planalto é vista como uma tentativa de reconectar o governo às bases sociais, especialmente após pesquisas indicarem queda na popularidade do governo entre eleitores tradicionais, como os de baixa renda e do Nordeste.

Novo presidente do PT em julho

Enquanto isso, o PT se prepara para eleger sua nova direção em julho. Até lá, um vice-presidente assumirá o comando temporário do partido, com nomes como José Guimarães e Humberto Costa (PE) sendo cotados para o cargo. A escolha do substituto de Gleisi passará pelo aval do presidente Lula, que busca alinhar o partido a uma postura mais centrista e preparar o terreno para a sucessão presidencial em 2026.

A ascensão de Edinho Silva à presidência do PT é vista como parte de uma estratégia maior para posicionar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como candidato natural à sucessão de Lula. Edinho, aliado de Haddad, representa uma ponte entre as bases tradicionais do partido e setores mais moderados, em um momento em que o PT busca ampliar sua influência e reconquistar espaço no cenário político nacional.

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