PT comemora chegada aos 45 anos desgastado e anacrônico 

O Partido dos Trabalhadores (PT) compõe os anais da história brasileira desde 2003, quando ganhou sua primeira eleição com a imagem do metalúrgico, Luiz Inácio Lula da Silva. Com um discurso carismático, o então sindicalista seduziu a população brasileira, se utilizando de uma nova roupagem, menos radical e ideológica. No entanto, durante os anos de poder, os líderes e outros membros do partido se envolveram em casos de corrupção que mancharam a sua trajetória. Hoje, chegando aos 45 anos, nesta segunda-feira (12), o PT encara a sua incapacidade de se adequar aos problemas da atualidade e o desgaste com parte da sociedade.  

Em uma entrevista exclusiva ao Jornal O Hoje, a professora de economia da Universidade Estadual de Goiás (UEG), que é doutora em políticas públicas, Adriana Pereira, aponta que “dentre os motivos para preocupação interna para o partido é o fato de enfrentar uma forte rejeição de parte da sociedade, a intensificação da polarização e o crescimento da direita no Brasil e o fato de que acusações e escândalos de corrupção do passado ainda impactarem negativamente a imagem do partido. Aliado isso ao fato de que não possui um nome forte para assumir a representatividade do partido em substituição ao presidente Lula. Essa falta de renovação pode ser prejudicial ao futuro do partido e à manutenção da sua estrutura ideológica ao longo do tempo”.  

O Jornal O Hoje também entrevista o cientista político, Lehninger Mota, que complementa explicando que “a preocupação do PT hoje é com a possibilidade da não reeleição do Lula. Seja por motivos de desaprovação, o governo passa por alguns problemas, não só na comunicação, como também na vida real, sofrendo com a inflação, que é o principal problema de descrédito nesse momento. Também com a saúde do presidente Lula, que é uma a estrela maior do partido, que foi quem disputou as eleições presidenciais. Quando não foi ele, ele é apoiado por ele, no caso da Dilma e também no do Haddad, quando ele não pôde ser candidato em 2018”.  

Lehninger argumenta que “o PT tem muito o que comemorar, porque voltou à presidência. Conseguiu mesmo estando na oposição, chegar lá. Mas a festa nunca pode ser plena, porque tem a questão da preocupação da continuidade. E quando falo em continuidade, não é só nesse possível segundo mandato do presidente Lula. É na continuidade, no pós-Lula. O que que poderá ser feito? Qual será a nova liderança? Não tem no partido nenhuma liderança que tenha nome para disputar uma eleição presidencial se não for o atual presidente Lula”.   

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O cientista político pondera que “a grande preocupação do partido tem que ser de se reconectar com as pessoas que geraram o partido, que deram apoio ao partido a vida toda, que são os intelectuais. Vários deles se distanciaram do PT. São pessoas de centros urbanos, mais escolarizadas, de sindicatos, de movimentos sociais. Todas essas pessoas sempre deram muita sustentação ao partido e hoje estão mais afastadas. O PT não tem um nome, a altura, para substituir o presidente Lula, um nome para disputar uma eleição presidencial. Mas há motivos para comemorar, pois estão no poder e podem reverter várias situações, mas há também muitos motivos para se preocuparem”.  

História  

A professora de economia, Adriana Pereira, afirma que “há que se considerar que é um partido que teve e tem grande influência nos caminhos da política brasileira tanto quando está no comando quanto quando age como oposição. A história do PT faz parte do período do retorno da democracia no Brasil. É um dos principais partidos políticos do Brasil e apresenta uma história com desafios e conquistas relevantes. Desde 2003, ganhou 5 eleições presidenciais, teve dois nomes do partido à frente da presidência da república e tem como seu maior nome Luís Inácio Lula da Silva, atual presidente do país”. 

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