Editora alemã altera livro após brasileiros denunciarem preconceito


O livro apresenta muitas dimensões de desigualdade – classismo, racismo, homogeneização de um povo – aponta Olenka Bordo Benavides, especialista em proteção contra discriminação em ambiente escolar. Ela é chefe do gabinete de contato da RAA Berlin, uma organização independente voltada para justiça educacional.

“Nós fazemos e repetimos o que aprendemos, também em casos de discriminação. O classismo, o racismo que se reproduz e que todos aprendemos, nós internalizamos. Por isso não me surpreende que, em países que foram colonizados, temos internalizada a perspectiva de que, para ter sucesso, temos que ser como europeus brancos”, diz Bordo.

Na Alemanha, o conteúdo das aulas segue a estrutura curricular definida em lei, mas professores e escolas são livres para selecionar e compilar seus próprios materiais didáticos dentro dessa programação e de alguns critérios, como a proibição à discriminação.

“Levamos as alegações de discriminação muito a sério; elas podem ser analisadas e discutidas com o professor da classe ou com a direção da escola e, em última instância, também com a autoridade supervisora da escola. Há também um oficial antidiscriminação (…) que pode ser contatado”, afirmou à DW a Secretaria de Educação de Berlim, por meio de sua assessoria de imprensa.

Na prática, contudo, não há controle efetivo desses materiais didáticos, tampouco expertise para fazer essa análise, aponta Bordo.

“As pessoas que estão sentadas nesses lugares não têm a experiência, nem o profissionalismo, nem a sensibilidade necessários em relação a questões discriminatórias. Assim, o conhecimento discriminatório internalizado é repetido até mesmo nas leis”, afirma.





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