Cerca de 260 estrangeiros são resgatados em Myanmar



Cerca de 260 estrangeiros, incluindo brasileiros, que teriam sido vítimas de tráfico humano e obrigados a trabalhar em esquemas de fraudes online, foram resgatados na fronteira de Myanmar (antiga Birmânia) com a Tailândia e serão repatriados, informou o exército tailandês nesta quinta-feira (13).

Segundo o comunicado, os resgatados são originários de 20 países, entre eles China, Etiópia, Quênia, Filipinas, Malásia e Paquistão, além de cidadãos de Taiwan, Brasil, Indonésia, Nepal, Uganda, Laos, Burundi, Tanzânia, Bangladesh, Camboja, Sri Lanka, Nigéria, Gana e Índia.

O grupo foi transferido da cidade fronteiriça de Myawaddy, em Myanmar, para a província tailandesa de Tak na última quarta-feira (12). A imprensa local informou que a libertação foi conduzida pelo Exército Benevolente Democrático Karen, uma milícia étnica que controla a região.

Investigação e repatriação

Após o resgate, os estrangeiros foram levados para interrogatório na Tailândia. O governo afirmou que, se forem identificados como vítimas de tráfico humano, receberão assistência antes de serem enviados de volta aos seus países.

O vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa da Tailândia, Phumtham Wechayachai, destacou que o número de trabalhadores retidos em Myanmar pode ser ainda maior, mas ressaltou que o país só aceitará aqueles que puderem ser repatriados imediatamente.

“Deixei claro que a Tailândia não vai montar outro abrigo”, declarou Phumtham, durante visita à província de Sa Kaeo, na fronteira com o Camboja.
Atualmente, a Tailândia abriga nove campos de refugiados ao longo da fronteira com Myanmar, onde vivem mais de 100 mil pessoas, principalmente da minoria étnica Karen.

Combate ao crime organizado
As fraudes cibernéticas operadas a partir de Myanmar vêm gerando uma crise regional de segurança. No início de fevereiro, a primeira-ministra tailandesa, Paetongtarn Shinawatra, e o presidente chinês, Xi Jinping, firmaram um acordo para intensificar o combate a essas redes criminosas no Sudeste Asiático.

Como parte dessas ações, em 5 de fevereiro, a Tailândia cortou o fornecimento de eletricidade em cinco pontos da fronteira com Myanmar para dificultar as operações dos centros de fraudes.

Curiosamente, a iniciativa tailandesa veio após um pedido inesperado da própria junta militar de Myanmar, que governa o país desde o golpe de Estado em fevereiro de 2021. Em um editorial publicado nos meios de comunicação oficiais, o regime solicitou ajuda dos países vizinhos para combater os esquemas fraudulentos em território birmanês.

De acordo com dados divulgados pelo próprio governo de Myanmar, entre outubro de 2023 e janeiro de 2024, foram deportados mais de 53 mil cidadãos chineses envolvidos nesses crimes.

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