Cão com problema neurológico é vetado em voo de AL a SP – 19/02/2025 – Cotidiano


Um pitbull de três anos e quatro meses, chamado Zeus Gabriel, foi impedido de embarcar em um voo da Latam de Maceió (AL) para São Paulo no começo do mês.

O cão, que pesa 30 kg, sofre de um problema neurológico e precisava viajar para realizar exames. A tutora, a fonoaudióloga infantil Emely Maria dos Santos Silva, 28, havia conseguido na Justiça o direito de transportar o animal na cabine do avião, junto com ela e seu marido, o empresário João Victor de Oliveira Ramos Silva, 27.

A Latam, no entanto, obteve liminar para impedir o embarque do animal no dia 7 de fevereiro, por causa das características do cão, que é de grande porte e de uma raça potencialmente perigosa, conforme decisão da juíza Ana Florinda Mendonça da Silva Dantas, da Turma Recursal do Tribunal de Justiça de Alagoas.

Procurada, a companhia aérea disse que não se manifesta em questões judiciais que estão em andamento.

Assim, Emely, João e Zeus fizeram a viagem para São Paulo de carro e, nesta quarta-feira (19), estão retornando para Maceió.

Em agosto do ano passado, o cão começou a mancar com a pata direita. Após passar por especialistas em Maceió, a família foi informada de que Zeus precisaria de um tratamento neurológico em São Paulo. A primeira etapa do tratamento seria uma biópsia, no valor de R$ 9.000, que deveria ser enviada para um laboratório nos Estados Unidos.

Diante da necessidade de levar Zeus para São Paulo, Emely entrou em contato com a Latam para comprar as passagens. Inicialmente, a companhia aérea negou a venda, alegando que o pitbull não poderia viajar no avião.

Emely, então, entrou com uma ação e obteve uma decisão favorável, que obrigava a companhia aérea a permitir o transporte do cão na cabine, na modalidade “pets na cabine”, mediante o uso de focinheira.

Em seu site, a empresa afirma que essa modalidade é destinada a cães de pequeno porte, que devem caber em caixa ou bolsa de transporte debaixo do banco dianteiro. Animais maiores devem viajar no bagageiro do avião em uma caixa de transporte rígida.

Para animais de apoio emocional, caso de Zeus, podem ser transportados na cabine com peso até 12 kg —caso o limite seja ultrapassado, deverá ir no bagageiro.

Após duas vitórias na Justiça, em janeiro, Emely comprou as passagens, no valor de R$ 8.000, sendo R$ 4.000 referentes a Zeus. A família foi ao aeroporto no dia do embarque e lá soube que não poderia viajar.

“Eles tinham nosso contato, não tinha como ter passado [a informação] para o advogado, porque eles criaram um novo número de processo”, diz Emely. “Já estava marcado o exame, já estava pago, eu não tinha como perder esses R$ 9.000.”

Segundo ela, o cão é adestrado desde pequeno e é tranquilo. Zeus é certificado como cão de suporte emocional porque Emely tem transtorno de ansiedade generalizada.

A viagem de carro, relata ela, é complicada por causa do estado de saúde de Zeus, que está debilitado após ter passado por duas anestesias para a realização de outros exames.

O casal ainda tentará voltar de avião com o animal em Belo Horizonte e, caso não consiga embarcar, pretende entrar com processo de danos morais e de ressarcimento do valor das passagens.

“Eu não tenho interesse financeiro algum. Só quero que ele possa voltar de avião junto com a gente porque imagino o quanto deve estar sendo desconfortável fazer essa viagem de carro.”



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