indígenas denunciam ataque a tiros no PA


Cacique pede apoio de autoridades para proteger mulheres e crianças na aldeia. Ainda ao MPF, Mama Parakanã alega que a denúncia sobre o primeiro ataque a tiros do ano na aldeia “não teve resultado até agora”. Na sequência, ele apela: “Eu preciso de apoio [para] tirar a mulherada com criança e idosos. Urgente”.

Muito tiro, muito tiro, muito tiro. Eu tô com muita mulherada aqui, muita criança, muito idoso. Eu preciso de tirar o pessoal lá de hoje para amanhã, tô muito preocupado. Já mandaram recado de novo: vão voltar de novo para atacar. Então, a gente precisa de apoio da Força Nacional, Polícia Federal, apoio de juiz, de procurador (…). Cacique Mama Parakanã, em relato enviado ao MPF

Comunidade tem sido alvo de “violentos ataques de pistoleiros fortemente armados” desde o fim do ano passado, segundo Conselho Indigenista Missionário. De acordo com o Cimi, vinculado à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), o tiroteio mais recente contra a aldeia Tekatawa, onde vivem famílias da etnia Parakanã, é o terceiro em menos de três meses. No caso mais recente, conforme a entidade, os pistoleiros chegaram “atirando a esmo causando terror e desespero especialmente entre mulheres, crianças e pessoas idosas”.

Ameaças contra Parakanãs ocorrem desde que Terra Indígena no Xingu passou por processo de desintrusão. A retirada de fazendeiros e garimpeiros da região foi determinada pelo STF em 2023, em ação que reconhece os direitos dos povos indígenas à proteção de suas terras. A desintrusão foi concluída pelo governo federal em fevereiro de 2024.

“Antes, eram mais xingamentos, sobretudo em São Félix do Xingu, mas foi piorando”, contou cacique. Segundo relatado por Mama Parakanã ao Cimi, desde a conclusão da desintrusão, a comunidade passou por “ameaças, tentativas de agressão e, depois, ataques a tiros”.

CNBB divulgou manifesto intitulado “Um grito por socorro”. Em nota assinada por Dom Erwin Kräutler, bispo emérito do Xingu, a Conferência Nacional de Bispos do Brasil cobrou ação das autoridades públicas responsáveis pela proteção da área e da população local: “O povo está muito abalado e com grande medo de que os ataques vão continuar. Será que é necessário chorarmos primeiro vítimas fatais para que sejam tomadas providências contra os pistoleiros e seus mandantes?”.





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