Lula faz de TV e rádio palanque atrás de popularidade – 25/02/2025 – Opinião


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) requereu o uso de rede nacional de meios de comunicação a fim de alardear que promove dois programas de assistência social.

Um deles foi criado em seu primeiro mandato, em 2004, o Farmácia Popular. Faz quase duas semanas, o Ministério da Saúde anunciara que o número de medicamentos ou outros produtos gratuitos passara de 39 para 41.

O outro, o Pé-de-Meia, desde março de 2024 prevê pagar até R$ 3 mil por ano a estudantes do ensino médio matriculados em escolas públicas, de famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais e que tenham frequência mínima à escola.

São programas meritórios. Que mereçam, agora, divulgação em pronunciamento oficial se deve apenas ao fato de que a popularidade de Lula baixou a nível inédito em seus três mandatos.

Depois de se recuperar de uma cirurgia, o presidente retomou no início de fevereiro suas viagens pelo país com o objetivo de recuperar também o seu prestígio. Em muitas delas, concede entrevistas a rádios e TVs locais.

Quase sempre, repete o mote de que vai colocar mais dinheiro na mão dos mais pobres. Desde fins de janeiro, afirma que lançará o “maior programa de crédito da história deste país” —”uma bomba” ainda não anunciada “para não quebrar o encanto”— com linhas que beneficiariam trabalhadores privados (a expansão do consignado), além de pequenos e médios empresários.

Nesta semana, o governo deixou entender que vai liberar o saque imediato de parte dos recursos restantes no FGTS para trabalhadores que haviam optado pela retirada anual e, assim, deveriam cumprir uma quarentena antes de poder ter acesso ao dinheiro.

Em 22 de janeiro, o ministro Ruy Costa (Casa Civil) dissera de modo desastrado que o governo faria “intervenções” a fim de baratear os alimentos. Desde então, Lula reafirma com frequência que terá “conversas” com empresários de modo a conseguir preços menores, sem sucesso algum. Na semana passada, afirmara que o preço elevado dos combustíveis se deve ao “assalto” praticado por intermediários.

Parece evidente que um governo desnorteado e agora atônito pelo tombo nas pesquisas já não mede palavras a fim de reverter sua rejeição. Assim, difunde informações erradas sobre combustíveis e dissemina esperanças falsas quanto a seu poder de controlar preços de alimentos.

Desdenha ainda explicitamente do equilíbrio macroeconômico e espalha a crença de que a distribuição de dinheiro e crédito fartos podem sustentar o crescimento da economia.

É razoável que um governante faça pronunciamentos em momentos de crise ou emergências. É aceitável que, vez e outra, apresente diretrizes. Mas cogitar, como faz o governo petista, que tais declarações informais sejam quinzenais é mera propaganda, um abuso que instituiria o palanque nacional de rádio e TV.

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