Carnaval 2025: Quem assina a fantasia de Paolla Oliveira – 01/03/2025 – Carnaval


Rio de Janeiro

Bruno Oliveira tinha 12 anos quando pediu ao pai para levá-lo à quadra da Acadêmicos do Tucuruvi, em 1993, e se apaixonou por aquele universo de cores, tecidos, pedrarias e plumas. No ano seguinte, fez a roupa de uma amiga que ia participar do concurso de rainha de bateria da escola X-9 Paulistana e não parou mais.

Hoje, aos 40 anos, ele é dono de um ateliê, na Vila Guilherme, onde produz 200 fantasias só para este Carnaval. É ele quem assina o figurino de 13 casais de mestre-sala e porta-bandeira das 14 escolas do Grupo Especial de São Paulo, além das musas, destaques e rainhas de bateria. Bruno também é o estilista de algumas estrelas da folia carioca. Uma delas é Paolla Oliveira, da Grande Rio. No ano passado, criou para ela a onça que foi o grande assunto da Sapucaí à frente dos ritmistas da agremiação.

“Ela veio com várias ideias, e eu tinha pensado em outras situações. Conversamos muito até que surgiu a onça. Foi um sucesso, né? Sou apaixonado por aquela fantasia”, conta Bruno, que acerta os últimos detalhes do figurino deste ano no enredo Pororocas Parawaras – As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós” (tema que celebra a cultura e a natureza da Amazônia).

Como da outra vez, mantém segredo sobre o que vem por aí. Ele ressalta a importância do fator surpresa para o desfile da escola, que acontece na terça-feira (4). “Não posso contar nada sobre a fantasia, mas está incrível. A Paolla é uma rainha que se entrega muito. Ela acompanhou todo o processo e veio várias vezes a São Paulo para provar a roupa e ficar deslumbrante. E ficou”.

Discreto, Bruno não elege um figurino preferido. Diz que não usa preto de jeito nenhum, mas, nas fantasias, utiliza todas as paletas de cores. O mesmo acontece com os materiais. “Fiz um look com descanso de pratos. Sousplat vazado com um rendado de arames dourados. Gosto de usar tudo porque, para mim, o que não pode faltar na roupa é a personalidade, é a identidade da pessoa”.

Bruno diz que seu trabalho artesanal é feito em parceria com quem o encomenda. E garante que trabalha movido à paixão. “O meu processo de construção é muito de troca com o cliente, e se não me apaixono pelo figurino, não tenho coragem de marcar a prova.”

Com uma equipe de 45 pessoas, Bruno não faz permutas (quando o profissional veste uma famosa em troca de posts nas redes sociais) e também não revela quanto cobra por uma fantasia, por exemplo. “É uma questão de privacidade, e o mesmo acontece com os looks. Ninguém vê o figurino do outro, nem pergunta, porque sou muito sério no que eu faço. Não abro esse precedente”.

Estilista também de alta costura e de figurinos de espetáculos, Bruno diz que só vai tirar 10 dias de férias após o Carnaval. Tempo, aliás, que ele acha suficiente. “Sou meio workaholic e, principalmente, apaixonado pelo que faço. Amo. Não me vejo fazendo outra coisa.”

Ao ser questionado se aceitaria ser carnavalesco de uma escola de samba, foi rápido. “Já tive alguns convites e preferi me dedicar ao meu, mas quem sabe no próximo Carnaval, eu já assine um enredo? Iria conseguir inserir todas as minhas loucuras e invencionismo”.



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