Carnaval de rua em SP tem água morna e alerta de chuva – 01/03/2025 – Cotidiano


Com os termômetros apontando temperatura média acima dos 32°C em São Paulo, estratégias para enfrentar o calorão foram incorporadas às fantasias e vendedores ambulantes lucraram com vendas de água gelada, já que a opção gratuita distribuída pela prefeitura chegou morna aos foliões.

Na concentração para o bloco Tarado Ni Você, que homenageia Caetano Veloso pelas ruas do centro da capital paulista, os alertas sobre o clima, enviados com frequência neste verão aos paulistas pela Defesa Civil, inspiraram o designer Betinho Neto, 40.

Guarda-chuva cintilante na cabeça, óculos de natação e, no peito, o recado: “alerta severo”. O texto do cartaz completava o aviso: “não se mantenha perto de mim, pois não estarás em lugar seguro”.

Também no centro, a balada diurna promovida pelo Minhoqueens ficou ainda mais colorida devido aos milhares de leques sendo abanados na tentativa de espantar o calor. O bloco fundado pela drag queen Mama Darling embalou com hits de funk e pop, como “Envolver” de Anitta.

Colocar uma melancia na cabeça sempre foi artifício válido para quem quer aparecer, mas no calorão paulistano vestir capacetes congelados feitos com a fruta era uma arma contra a desidratação de um trio de amigos no bloco Jegue Elétrico, em Pinheiros, na zona oeste.

“Congelamos em casa. Com o sol assim, nesse calor, dá uma boa rebatida. Conforme vai escorrendo, o cabelo vai ficando hidratado”, contou o professor Kayros Moser, 28.

Encarada com criatividade e humor, a folia em tempos escaldantes tem seus riscos. No mesmo bloco da zona oeste, uma foliã chegou a desmaiar. Acudida pelos amigos, ela retornou ao cortejo.

Além de assunto e tema para fantasias, o calor era bom negócio para ambulantes e empresas interessadas na atenção da multidão.

Promotores de diferentes marcas esguichavam água para refrescar o público, além de distribuírem protetor solar.

Água era sempre bem-vinda, melhor ainda se estivesse congelada, descobriu a comerciante Stefani do Nascimento da Silva, 30. Ela valorizava as garrafinhas que vendia acrescentando um copo cheio de gelo no bloco Jegue Elétrico. A combinação custava R$ 8, um acréscimo de R$ 3 no preço da garrafa separada.

Comerciantes somente estão autorizados a vender bebidas das marcas da patrocinadora Ambev, mas, segundo Stefani, não há impedimento quanto ao gelo. “Só vendo os produtos deles, mas posso fazer esse algo a mais.”

O sucesso dos copinhos gelados de Stefani era evidenciado pela oferta de água morna, inclusive a oferecida gratuitamente.

Também em Pinheiros, no acesso ao Bloco da Baby, as tendas de hidratação da prefeitura estavam com os copinhos aquecidos pelo sol. Melhor do que nada, segundo a publicitária Gabriella Zucheram, 28. “Não tá gelada, mas pelo menos tem.”

No parque Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, a procura por água era alta. Os copinhos retirados de caixas de papelão também não estavam refrigerados. A opção gelada só estava disponível nos ambulantes, por R$ 5.

De acordo com a gestão Ricardo Nunes (MDB), a prefeitura fará o maior programa de hidratação do Brasil durante a folia paulistana, com a distribuição de 2,2 milhões de copinhos d’água.

A prefeitura também afirma que a distribuição segue rigorosos padrões de segurança e qualidade para o consumo. Para minimizar o impacto das altas temperaturas, a água é armazenada dentro das tendas, reduzindo sua exposição direta ao calor.

Além disso, diz a gestão Nunes, 18 caminhões-pipa são usados para refrescar as pessoas com jatos de água. “O principal objetivo da iniciativa é assegurar que os foliões tenham acesso contínuo à hidratação”, diz, em nota.

A distribuição de água também chamou a atenção no Carnaval carioca, especialmente pelos copos reutilizáveis entregues pela Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro) no bloco Cordão da Bola Preta.

Foliões fizeram filas para conseguir um dos 150 mil copos de 500 ml, personalizados e com cordão.

Sol Tomé, 41, da zona norte da cidade, encarou a espera em frente à praça do Expedicionário para conseguir o dela. “Faz as pessoas beberem mais água, né?”, diz .

Alan Borges, superintendente-executivo ESG da Cedae, diz que a ação busca diminuir a produção de resíduos do megabloco no centro da capital carioca.

“Com esse copo, as pessoas bebem mais água e não saem jogando fora depois, o que ajuda o meio ambiente”, afirma.

Em meio ao calor acima da média no Rio, foliões e camelôs disputavam gelo e cerveja nos arredores do megabloco Cordão da Bola Preta.

O estoque do caminhão de Jackson Ferreira, 28, quase se esgotou em menos de 40 minutos. “Era para gente estacionado mais à frente, mas as pessoas nos pararam e começaram a pedir gelo”, diz ele.

Oscar e Fernanda Torres ganham as ruas de SP

A expectativa pelo Oscar domina o Carnaval de São Paulo, mas referências políticas também marcaram presença entre o público.

Entre placas e máscaras, a atriz Fernanda Torres e a expectativa pelo Oscar pelo filme “Ainda Estou Aqui” se faziam presentes.

No bloco Tarado Ni Você, um folião brincava com a premiação com a frase “me chama de Oscar e me leva para casa”.



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