Já no acumulado de janeiro a julho, o custo da alimentação dos moradores de Belém subiu 7,77%, superando em mais que o dobro a inflação estimada para o mesmo período, que era de aproximadamente 2,5%. “Estou olhando os valores na expectativa de achar um café mais em conta, mas o preço aumentou”, conta Cintia Barreto, técnica em enfermagem. Para a profissional, uma das alternativas é recorrer à substituição dos produtos. “O que eu posso fazer eu faço, e hoje eu escolhi não levar o café e optar pelo suco. Pretendo fazer isso com os demais produtos, até as coisas se estabilizarem”.
O Dieese esclarece que, para uma família padrão belenense, composta por dois adultos e duas crianças, o custo total da cesta básica alcançou R$ 2.086,74 em junho, o que exige, aproximadamente, 1,47 salário mínimo para cobrir apenas as necessidades alimentares básicas, conforme o valor atual do salário mínimo, que é de R$ 1.412.Quer ler mais notícias do Pará? Acesse o nosso canal no WhatsApp!De acordo com o Balanço Nacional da Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo DIEESE, mostra que das 17 capitais, mais da metade (10 capitais), apresentaram aumentos no custo total da Cesta, e no restante (7 capitais) houveram recuos de preços. Belém registrou o 12º maior valor entre as demais capitais pesquisadasAlta repercute nos negócios do chefe de cozinha Nilson Cardoso. “Nem sempre tenho como evitar comprar produtos caros. Mas sigo consciente que não posso ofertar as comidas com os preços elevados, justamente porque não quero me prejudicar e nem aos meus clientes. Por isso, comecei a ir em até três supermercados antes de comprar qualquer produto, só assim para manter os preços estáveis”, afirma.