COP30 vê risco de Trump retirar metas e fala em ‘liberdade’ na transição de fontes fósseis


“Como os países vão operar essa transição, depende muito do país. No caso do Brasil, depende até de regiões. Tem lugares no Brasil que são melhores para (energia) eólica, tem lugares no Brasil que são melhores para solar, etc. Essa transição fica a critério dos países. Não há dúvida que concordamos, todos os países do mundo, no balanço geral de Dubai, com aquela frase de se afastar das energias fósseis”, afirmou o presidente da COP-30. “A gente não pode ter uma opinião emocional sobre essas coisas. A gente tem de ter muita informação sobre isso.”

Rota para US$ 1,3 trilhão

O embaixador afirmou que Brasil e Azerbaijão – sede da COP-29 – colhem contribuições dos outros países e organismos multilaterais para apresentar na COP-30 um relatório sobre o financiamento, cujo objetivo é sugerir um “mapa do caminho” para que os recursos destinados à crise climática saiam de US$ 300 bilhões anuais para US$ 1,3 trilhão, até 2035.

O relatório não será votado ou negociado na conferência de novembro, mas apresentado pelos dois países. O cumprimento das formas de financiamento sugeridas, no entanto, não é compulsório. Corrêa do Lago cobrou na carta mais envolvimento de bancos multilaterais e instituições financeiras mundiais. Os recursos almejados são uma combinação de fontes públicas e privadas.

“Já começamos as primeiras consultas com os países, mas queremos imensamente que venham sugestões de todos os organismos e entidades que podem contribuir para que nós cheguemos a US$ 1,3 trilhão”, disse o embaixador. “Esse número, muito alto, exige naturalmente uma grande mudança. Não vamos achar que esse valor vai ser doado pelos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento. Então, como é que definimos isso? Eu acho que esse é um dos papéis mais interessantes desses meses pela frente.”

Há uma série de cobranças históricas porque os países desenvolvidos jamais cumpriram a anterior meta de destinar US$ 100 bilhões anuais. Os recursos destinados pelos EUA e Europa eram insuficientes, reconhece Corrêa do Lago, e agora com os esforços militares num cenário de guerra na Europa a mobilização de dinheiro deve se tornar mais difícil.





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