Estudo reforça tratamento dos agravos decorrentes da Covid-19

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), reforça a importância do acompanhamento médico para os pacientes que sofrem com sequelas persistentes da Covid-19. Uma vez que, de acordo com um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), realizado em parceria com a Escola de Saúde Pública de Harvard e a Escola de Economia e Ciências Políticas de Londres, 91,1% dos entrevistados relataram ao menos um sintoma após a infecção pelo coronavírus.

A chamada Covid longa, também conhecida como síndrome pós-Covid, é uma condição crônica associada à infecção (CCAI) que pode surgir após a contaminação pelo vírus SARS-CoV-2. Desde outubro de 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou os efeitos prolongados da doença. Essa condição é caracterizada pela permanência de certos sintomas por mais de quatro semanas após a infecção, mas podendo persistir por períodos variados, de três meses a vários anos.

Essa síndrome pode se manifestar de diferentes formas, como um ou múltiplos sintomas que podem mudar com o tempo, além de, em alguns casos, causar danos aos órgãos. Além disso, o estudo aponta que os sintomas mais comuns incluem fadiga, dor intramuscular, encefalite miálgica e comprometimento cognitivo.

A pesquisa também revelou que 71,3% dos entrevistados continuam a apresentar pelo menos um sintoma frequente, enquanto 39,3% relataram a síndrome pós-Covid. No entanto, apenas 8,3% receberam um diagnóstico formal de um profissional de saúde.

Aproximadamente 50% dos participantes relataram precisar de serviços de saúde para condições que apareceram ou pioraram após a Covid nos seis meses anteriores à entrevista.

Mercado de trabalho

As sequelas da Covid-19 podem comprometer a qualidade de vida de 10% a 20% dos indivíduos que tiveram a doença. Segundo uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), até 47% das pessoas que trabalhavam antes da fase aguda da infecção não retornaram ao mercado. Além disso, entre 5% e 90% afirmaram que não foram capazes de recuperar os níveis de produtividade anteriores à Covid, enquanto de 8% a 39% relataram impactos diretos na vida profissional.

“Os resultados indicam que indivíduos não recuperados, especialmente os mais velhos e com histórico psiquiátrico, apresentaram significativa diminuição na capacidade de trabalho”, afirma Lívia Aragão, pesquisadora da Universidade, que também é médica do trabalho.

“A estratégia mais eficaz para prevenir as condições pós-covid é evitar a própria covid-19, por meio da adoção de medidas para prevenção da aquisição de infecções respiratórias, incluindo a vacinação”, defende.

Panorama da Covid-19 em Goiás

Desde o início da pandemia, em março de 2020, o estado de Goiás registrou 2.071.799 casos da doença, sendo que 2.039.671 pacientes se recuperaram. Em 2024, foram confirmados 84.697 novos casos, com uma taxa de incidência de 1.207 casos a cada 100 mil habitantes. Os grupos mais afetados continuam sendo adultos entre 20 e 49 anos, com maior prevalência entre mulheres (56,65% dos casos).

Além disso, a capital contabilizou 25 casos graves da doença e quatro óbitos apenas em 2025. No entanto, a superintendente de Gestão de Redes de Atenção à Saúde, Maria Cláudia Honorato, reforça que o cenário atual é diferente do período mais crítico da pandemia. “Não estamos mais em um período epidemiológico crítico. A testagem de Covid-19 passa a ser realizada dentro da estrutura da rede municipal de saúde, assim como acontece com doenças como H1N1 e dengue”, explica.

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