Orum Aiyê Quilombo Cultural oferece oficina de dança africana para crianças

Entre os meses de abril e junho, o Orum Aiyê Quilombo Cultural realiza o projeto Ibejada do Orum, voltado à infância. Com o objetivo de proporcionar uma vivência lúdica e enriquecedora da cultura africana e afro-brasileira, o projeto vai oferecer, gratuitamente, aulas de dança para crianças. As inscrições estão abertas até o dia 8 de abril. As aulas começam no dia 12 de abril e vão acontecer aos sábados, das 15h às 18h e aos domingos, das 10h às 13h, na sede do Orum, no Residencial Nossa Morada. Este projeto é realizado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, operacionalizado pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura, contemplado pelo edital de infância e cultura nº01/2024.

As oficinas são voltadas para crianças do 4º ao 6º ano do Ensino Fundamental. Serão oferecidas 20 vagas e crianças negras têm prioridade nas inscrições. As pessoas interessadas devem preencher formulário disponível no perfil do Instagram do Orum: orumaiyecultural. O projeto conta com um profissional qualificado para oferecer suporte a crianças PCDs. As aulas serão ministradas pelos artistas beninenses Setchegnon Sokenou e Bruce Codjo Kpade, que vão compartilhar suas vivências e conhecimentos. Ao final do projeto, no mês de junho, acontece o encerramento das atividades com uma apresentação das crianças para os pais e a comunidade.

Sobre a Ibejada

O projeto, que está na sua terceira edição, tem a produção de Raquel Rocha, Maria Luiza Silva e Marcelo Marques e tem como objetivo proporcionar uma vivência lúdica e divertida de valorização da cultura negra para crianças. “Queremos valorizar a estética, o corpo e identidade negra como ferramentas para o empoderamento desde a infância”, comenta a produtora Raquel Rocha. “O termo ibejada vem de Ibejis, orixás gêmeos, fortemente vinculados à infância e sua proteção. Assim, ‘Ibejada do Orum’ simboliza nossa capacidade de viver, festejar e nos preparar para a vida, para a luta e vitórias, é sobre munir de amor e afeto crianças negras para que elas possam vencer e conquistar todos os sonhos que lhe são de direito”, completa a produtora.

O projeto ainda busca resgatar e comemorar a ancestralidade africana, criando um espaço de empoderamento para crianças negras que enfrentam cotidianamente os desafios do racismo. “Dançar, enquanto manifestação cultural, é um meio de fortalecimento da autoestima, da identidade e do senso de pertencimento. Ela desempenha um papel enriquecedor no desenvolvimento motor, cognitivo e social na infância”, comenta Maria Luiza Silva.

A produtora ainda destaca o papel pedagógico da dança para o público infantil. “É uma atividade que fortalece a interação entre as crianças, promove a cooperação, a empatia e a valorização das diversidades culturais. Dessa forma, o ensino da dança na infância não apenas contribui para a formação artística, mas também potencializa habilidades essenciais para o crescimento integral da criança”, complementa. Essa edição tem como coordenador pedagógico o artista Job Rodrigues Atahalpa Vladmir de Oliveira, profissional que também será responsável pelo suporte a crianças PCDs.

Agbadja e Afrobeat

As oficinas serão divididas em dois módulos: oficinas de danças tradicionais do Benin, entre elas, Agbadja e Afrobeat. A Agbadja é uma dança e música tradicional originária do povo Ewe, presente no sudoeste do Benim, sul do Togo e Gana. Inicialmente derivada da antiga dança de guerra “atrikpui”, a Agbadja evoluiu para uma expressão cultural mais alegre, caracterizada por movimentos energéticos de ombros e flexão dos joelhos. Atualmente, é executada em diversas ocasiões como celebrações populares, casamentos e funerais.

Já o afrobeat é um ritmo que surgiu na Nigéria durante a década de 1960. Foi criado por Fela Anikulapo Kuti, um músico, ativista e compositor nigeriano. Fela Kuti estudou música em Londres e influenciado por movimentos de libertação africana e pelo ativismo dos Panteras Negras nos EUA, ele passou a usar sua música como ferramenta de resistência contra o colonialismo, a corrupção e a opressão do governo nigeriano.

Essa expressão musical (afrobeat) resulta da fusão de ritmos tradicionais africanos, como os da etnia iorubá, com elementos do highlife ganês, além de influências do funk, jazz e soul americanos. Caracteriza-se por vocais em forma de canto, ritmos complexos e entrelaçados, e uma percussão marcante. O Afrobeat não se limita à música; incorpora também mensagens políticas e sociais, frequentemente abordando temas como corrupção e injustiça social.

Sobre os professores

Evariste Setchegnon Sokenou nasceu no Benin, no continente africano. Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Goiás, encontrou na dança uma de suas grandes paixões. Vem desenvolvendo um trabalho significativo no Brasil, promovendo oficinas e aulas baseadas em sua cultura e essência africana. Tem um forte compromisso com a valorização das tradições do Benin. Em 2022 foi convidado a realizar aulas de dança no espaço cultural Orum Aiyê Quilombo Cultural que é voltado a arte e cultura negra onde ensina ritmos como: Afrobeat, Kizomba, Kuduro, Agbadjá e outros ritmos. Atualmente é professor de dança na no Estúdio de dança Ginga Funk e é o profissional responsável pela ala da dança no bloco Tambores do Orum.

Bruce Codjo Kpade, também nascido no Benin, é bacharel em Biomedicina e atualmente graduando em Engenharia Agronômica na Universidade Federal de Goiás. É dançarino de danças afro, afrobeat utilizando a dança como uma poderosa ferramenta para conectar o passado ao presente, expressando a força, resistência e alegria do povo negro. Seu trabalho vai além da dança, buscando expandir seu repertório artístico em espaços historicamente marginalizados dessas expressões culturais. Atuou como professor assistente e dançarino no projeto “Zangbeto Danças Ancestrais”, um espetáculo que celebra as tradições afro-brasileiras. Tem também formação em danças de salão. Atualmente é residente em Circo no Orum Aiyê Quilombo Cultural, onde utiliza a arte circense como ferramenta de resistência e transformação social, e é dançarino integrante da Ala de dança do Bloco Tambores do Orum.

Serviço

Projeto Ibejada Cultural oferece oficinas de danças africanas para crianças

Inscrições: abertas até 8 de abril

Público-alvo: crianças do 4º ao 6º ano do Ensino Fundamental

Formulário disponível em: https://www.instagram.com/orumaiyecultural/

Aulas: a partir do dia 12/4, sábado das 15h às 18h e domingo das 10h às 13h

Onde: Orum Aiyê Quilombo Cultural, Rua 10 Qd-L Lt-10 Residencial – Nossa Morada

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