Casal branco que torturou filhos adotivos negros é condenado a 375 anos de prisão nos EUA

A Justiça dos Estados Unidos condenou um casal da Virgínia Ocidental a penas que somam mais de dois séculos de prisão por abuso grave contra cinco filhos adotivos negros. Jeanne Whitefeather, de 63 anos, e Donald Lantz, de 62, foram considerados culpados por tráfico humano infantil, trabalho forçado e maus-tratos.

Casal é condenado

Segundo os promotores, o casal trancava os adolescentes em um anexo sem água corrente, os submetia a longas jornadas de trabalho braçal e limitava o fornecimento de alimentos. Além disso, Whitefeather utilizava termos racistas ao se referir às vítimas.

A juíza Maryclaire Akers destacou que os réus se mudaram para a Virgínia Ocidental em 2023 buscando um local isolado para cometer os abusos, mas encontraram uma comunidade que não tolera esse tipo de crime. “Vocês trouxeram essas crianças para um lugar que chamamos de ‘quase o paraíso’ e as colocaram no inferno. Agora este tribunal fará o mesmo com vocês”, afirmou a magistrada.

A investigação começou em outubro de 2023, após vizinhos denunciarem a situação das crianças. Quando as autoridades chegaram à casa, encontraram dois adolescentes trancados em um espaço precário. Eles não haviam recebido comida por mais de 12 horas e dormiam no chão de concreto, com apenas um lençol ou saco de dormir fino.

As câmeras de segurança da residência mostraram que outras vítimas eram forçadas a permanecer de pé por horas com as mãos na cabeça para evitar que dormissem. Além disso, tinham que executar tarefas exaustivas ao ar livre, como carregar baldes em colinas e arrancar grama com as mãos.

Três dos filhos adotivos prestaram depoimento no julgamento e descreveram os abusos sofridos. Durante a audiência de sentença, o jovem de 18 anos se dirigiu à ex-tutora: “Eu nunca vou entender como você consegue dormir à noite. Você é um monstro”, declarou.

Casal condenado nos EUA. Foto: Divulgação

As autoridades elogiaram a coragem das vítimas e afirmaram que elas terão a chance de reconstruir suas vidas. “Essas crianças são incríveis, resilientes e têm um futuro brilhante pela frente”, disse a promotora Madison Tuck.

O casal adotou os menores em Minnesota em 2018 e se mudou para diferentes estados até se estabelecer na Virgínia Ocidental em 2023. A defesa alegou que eles estavam sobrecarregados com os problemas de saúde mental dos filhos e negou qualquer motivação racial no caso. Os advogados estudam recorrer da decisão.

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