O episódio também expôs preocupações crescentes sobre como regular o aumento de investimentos ESG – jargão que designa negócios mais comprometidos com boas práticas ambientais, sociais e de governança – em um momento em que a humanidade se vê forçada a agir rápido para frear as mudanças climáticas.
Ao anunciar a multa, promotores em Frankfurt – centro financeiro da Alemanha – afirmaram que a DWS promoveu “extensivamente” produtos financeiros sob esse rótulo entre 2020 e 2023, apresentando-se como “‘líder’ na área ESG” e alegando que “ESG era uma parte integral do nosso DNA”, algo que as investigações demonstraram não corresponder à realidade.
Os promotores disseram ainda que, embora um “processo de transformação” esteja em andamento na empresa, ele ainda não foi concluído, e é por isso que declarações ao público “não devem ir além do que pode ser efetivamente implementado”.
Um dos fundos anunciados como “verdes” pela DWS foi criado em cooperação com a ONG ambientalista WWF. Mas reportagens publicadas na imprensa alemã revelaram que a promessa de sustentabilidade era inflacionada: o dinheiro levantado ia parar, dentre outras empresas, na gigante do setor de cruzeiros Royal Caribbean e numa subsidiária da Coca-Cola, que é apontada como corresponsável pela poluição dos mares.
DWS já foi multada pelo mesmo motivo nos EUA
A DWS afirma que aceitou a multa e admite que “no passado, nosso marketing às vezes foi entusiasmado demais”, mas insiste que melhorias já foram feitas.